
O aumento do desemprego e a redução da massa de rendimento real dos trabalhadores fazem com que a movimentação financeira no próximo Dia dos Namorados seja menor no ABC, segundo a Pesquisa de Intenção de Compras (PIC) do Observatório Econômico da Universidade Metodista, divulgada nesta quinta-feira (2). O estudo mostra que a movimentação comercial na data será 26% menor em relação à pesquisa realizada em 2015, e os consumidores pretendem comprar presentes mais baratos.
O preço médio dos presentes que serão dados pelos entrevistados é de R$ 186 (17,15% menor do em 2015, R$ 198). A média do gasto total planejado também está menor em relação à pesquisa do ano passado. Os consumidores pretendem gastar R$ 190 com os presentes, sendo que em 2015 o gasto era de R$ 229 (32,64% menor). “Chama a atenção o fato do preço e o gasto estarem muito próximos, isso não aconteceu até agora”, afirmou o professor de economia da Universidade Metodista, Moisés Pais dos Santos.
Se levar em conta os gêneros, as mulheres pretendem dar presentes mais caros aos seus namorados, a média é de R$ 187. Mas os homens vão gastar mais com as amadas, a média de gasto é de R$ 229.
Em relação à projeção, a expectativa é de que a movimentação para este ano seja de R$ 64,6 milhões, valor 26% menor do que o apontado no mesmo período do ano passado (R$ 78,9 milhões). “Isso acontece diante da atual conjuntura econômica e política que os brasileiros vivenciam refletindo em reações negativas nas intenções de compras dos consumidores da região”, explicou Santos.
A crise também influencia no local de compra dos presentes. Apesar de se manterem na liderança na preferência dos consumidores (41,8%), os shoppings sofreram uma queda em relação a pesquisa anterior. O comércio de centro teve uma leve alta, com 24,3%. A compra pela internet é a que mais cresceu chegando a 11,6%.

Em relação à forma de pagamento, 35,8% dos entrevistados pretendem pagar os presentes em dinheiro vivo e 31,3% com cartão de débito. O uso do cartão de crédito caiu de 34,3% em 2015 para 28,7% no Dia dos Namorados deste ano.
Os consumidores com menor renda tem a tendência de usar como forma de pagamento o cartão de débito ou o dinheiro vivo, assim deixando o cartão de crédito guardado.
Em relação aos tipos de presentes, o vestuário será o principal. 35,6% dos entrevistados vão dar roupas a alma gêmea. Logo em seguida vem os perfumes e cosméticos com 18,4%. Os jantares e passeios ficam em terceiro lugar com 7,6%. “Temos que levar em conta que os jantares são marcados em cima da data do Dia dos Namorados, então pode ser que no dia esse percentual seja maior”, explicou o economista.