A PIC (Pesquisa de Intenção de Compra) Dia das Crianças, realizada pelo Observatório Econômico da Universidade Metodista, aponta que o ABC deve movimentar aproximadamente R$ 38 milhões com a data comercial, montante 40% inferior ao registrado no mesmo período de 2015, que computou R$ 58,8 milhões. A pesquisa foi aplicada nos principais centros comerciais, shoppings e bairros das sete cidades da região.
O preço médio que os consumidores da região pretendem gastar na compra do presente para as crianças é R$ 100. Descontada a inflação, a queda real é estimada em 40%, em comparação ao valor do ano passado, equivalente a R$ 153,40.

Em entrevista ao RD, Silvia Okabayashi, docente e coordenadora do Curso de Ciências Econômicas e do Observatório Econômico, afirmou que os pais estão mais receosos na hora de gastar. Também foi verificada queda no total de gastos programados com diversos presentes. A média é de R$ 189, aproximadamente R$ 100 a menos do que o valor do ano passado.
Silvia explica que na renda média das famílias neste ano houve uma redução da faixa daqueles que estão entre dois e três salários mínimos, e um aumento dos que estão entre três e cinco salários mínimos. “É um pouco estranho. Em função da crise, nós imaginávamos que os salários estariam menores”, diz.
Questionada sobre os presentes que mais terão saída, a coordenadora avisa que as bonecas são as preferidas com (15,7), seguidas por vestuário e calçados (13,1%), jogos educativos (6,8%) e carrinho de controle remoto (6%) e de brinquedo (5,3%), além de maquiagem (4,6%).
Ainda segundo a pesquisadora, a taxa de desemprego, divulgada pelo Seade, que alcançou 16,4% em agosto, é uma das razões que ajudou a deixar o cenário do ABC voltado para a restrição de gastos. Já a inflação medida pelo IPCA, que acumula 8,97%, até agosto, inibe o poder de compra do trabalhador da região.
“Quem vai ser presenteado no Dia das Crianças? Não são só os filhos. Os sobrinhos, os afilhados e depois tem uma gama de outras crianças que poderão receber presentes, mais com intensidade bem menor”, afirma a docente. Segundo a mostra, 33,3% das crianças a serem presenteadas são filhos; 27,4% sobrinhos; 8,9% afilhados; 3,6% irmãos, e 2,8% netos. Ao todo, 814 pessoas foram entrevistadas.
Persuasão
A PIC apontou, ainda, que cerca de 375 mil famílias da região deverão comprar presentes para o Dia das Crianças deste ano. O público infantil, por sua vez, demonstra ser exigente na escolha do produto e apresenta forte persuasão no momento em que os pais vão às compras, tanto que o desejo das crianças está em segundo lugar como um dos fatores decisivos na hora da compra, com (32%). O primeiro lugar ficou com o preço (33,4%). Já a qualidade do produto representa (16,2%).
As entrevistas válidas revelaram maior concentração de munícipes de São Bernardo (35,1%), Santo André (17,4%), Diadema (16,5%) e Mauá (14,1%), sendo que a idade média dos participantes da mostra é de 32,9 anos.
Dos entrevistados, 41% afirmaram ser solteiros, 38% casados, 9% divorciados e 2% viúvos. Sobre a renda das famílias, 73% possuem renda familiar de até cinco salários mínimos – R$ 4.400. O dado representa pequeno crescimento em relação aos anos anteriores.
Entre as sete cidades, São Bernardo foi a preferida para realizar a aquisição do presente, com 36,6%, seguida por Santo André 21,5%.