
Se você, leitor, pensa em aproveitar o domingo de Páscoa (27 de março) para abusar do chocolate, pode exagerar sem medo. O chocolate não faz mal à saúde e ainda contribui para manter o bom humor de quem o saboreia. O único problema é que se trata de um alimento calórico e que, por isso, engorda. Para não pesar na balança, a dica é fugir do doce nos demais dias da semana.
A médica e professora de Endocrinologia da Faculdade de Medicina do ABC, Maria Angela Zaccarelli Marino, afirma que se não fosse a contribuição à obesidade, o chocolate seria bem-vindo em qualquer situação. Para efeito de comparação, um grama de chocolate tem nove calorias, enquanto a mesma quantidade de carboidrato (açúcar) tem apenas quatro calorias. “Mas por ser uma gordura vegetal, ele não aumenta o índice de colesterol no sangue. Nem colesterol bom (HDL) nem o colesterol ruim (LDL)”, afirma.
Entre os mitos que cercam o produto está a crença de que o chocolate diet é bom para quem deseja emagrecer. Errado. Segundo Angela, o diet tem menos açúcar porque é elaborado para quem sofre de diabetes. Mas para não haver prejuízo na consistência, possui o dobro de gordura. “O correto é comprar chocolate light, pois tem menor teor de gordura”, explica.
A especialista também diz que a relação entre acne e chocolate é controversa. Não há prova científica, mas acredita-se que o doce possa contribuir com a formação de cravos e espinhas, a exemplo de outros alimentos ricos em gordura. O chocolate também age na ansiedade e melhora o humor. Isso porque é composto de substâncias conhecidas como flavonoides, que funcionam como antioxidantes, e triptofano que para o bem estar. “Quando os índices de serotonina caem, a pessoa fica deprimida. O chocolate gera bem-estar”, diz.
Consumo

A gerente de loja Giuliana Cortiço Peres, de Santo André, afirma ser chocólatra. Para se sentir bem precisa ingerir pelo menos 300 gramas diários do doce. “Dá uma sensação boa, relaxamento. O dia pode estar estressante, mas se eu como chocolate fica tudo bem”, diz. Giuliana é viciada em chocolate desde criança. Na adolescência, nem as espinhas no rosto a fizeram deixar o vício. “Eu dizia que podia tirar tudo, menos o chocolate”. A preferência é pelo escuro ao leite, depois o branco. Menos doce, o amargo fica de lado.
Maria Angela não concorda com o termo “vício” usado por Giuliana, pois considera que o chocolate não tem esse poder. O vício gera consequências no campo do relacionamento, prejudica o desempenho profissional e faz com que o índivíduo foque sua vida no consumo da droga. Não é o caso de quem come muito chocolate. “As pessoas usam esse termo, mas é algo que está na cabeça delas. Se for necessário dá para parar de consumir. Diferente de drogas verdadeiras, cujas reações no corpo exigem tratamento médico”, explica.