
O ABC segue em estado de alerta por conta da baixa umidade relativa do ar registrada nesta semana, quando o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) apontou índices mínimos de 30%. O número é considerado baixo, principalmente pelo fato de a região estar localizada em zona próxima ao litoral.
O ideal seria o índice chegar ao mínimo de 60%, mas a previsão é alcançar no máximo 50% nos próximos dias.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera que, entre 30 e 60%, a umidade é aceitável. Abaixo de 30% e acima de 20%, o que foi registrado no início da semana, já representa estado de atenção.
Abaixo de 20% representa estado de alerta e quando o nível está abaixo de 12%, entra em emergência. Para amenizar os danos com a saúde, o pneumologista do Hospital Assunção, em São Bernardo, Jairo Netto Costa, recomenda a população umidificar ambientes e se hidratar.
O meteorologista do Inmet, Marcelo Schneider, explica que o clima seco é reflexo de um sistema de alta pressão atmosférica. O ar mais seco desce, inibe a formação de nuvens que umidificam o ar e funciona como filtro. “Sem as nuvens, a radiação solar chega diretamente até nós, o que deixa o clima seco”, explica. A situação pode piorar com o aumento da poeira e queimadas.
O médico explica que a atmosfera seca pode deixar as mucosas do organismo ressecadas e, por isso, o corpo humano fica em contato direto com poluentes, exposto à poluição e favorável a microrganismos, especialmente crianças e idosos. “Os mais suscetíveis devem ter cuidado redobrado e se hidratar com abundância para evitar problemas”, ensina.
A jornalista Juliana Pereira, 22, moradora do Jardim Santo André, foi uma das prejudicadas com o clima seco. Ao sentir o nariz ressecar e dores fortes na garganta ao caminhar na rua, a jovem espalhou bacias de água pela casa para tentar amenizar os sintomas. “Me disseram que ajuda a umidificar o ar, então tenho feito isso para ver se adianta”, conta.
O pneumologista diz, no entanto, que não há estudos comprovados que estas medidas evitam problemas respiratórios. O ideal, afirma, é utilizar umidificadores e evitar a prática de atividades físicas entre 10h e 18h, horário em que a umidade está mais baixa.
Jairo Netto Costa comenta que no inverno a baixa umidade do ar e a poluição têm provocado um aumento aproximado de 25% nos serviços de pronto-atendimento e internações. “Ocorre uma pré-disposição a doenças respiratórias, o corpo humano fica suscetível a doenças”, explica. De acordo com o médico, 10% a 15% da população sofrem com problemas alérgicos.