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O engenheiro ambiental recém-formado pela Universidade Federal do ABC e morador de São Caetano, Danilo Vassari Pereira, é um dos oito representantes brasileiros e o único da região no ECOSOC Youth Forum, encontro das Organização das Nações Unidas para debate de questões socioambientais. Neste ano, o ECOSOC acontece entre os dias 6 e 11 de abril, em Nova York, EUA, e funciona como plataforma para que jovens de todo mundo debatam opiniões e ações para alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), propostos pela ONU.
Contente pela oportunidade de representar a região em um fórum tão importante e prestes a embarcar para os Estados Unidos, Vassari, que tem 26 anos, conta que está muito animado para trocar experiências com pessoas de outros países e aprender um pouco mais sobre como a questão ambiental é tratada fora do Brasil, conforme proposto no ODS 13, que busca combater as mudanças climáticas e impactos.
Além disso, a ideia do jovem engenheiro é chamar a atenção da comunidade internacional para o ABC e mostrar que a região tem grande potencial para integrar as discussões e ações para um mundo sustentável. “O ABC tem grande potência. Infelizmente, a questão ambiental não é tratada por aqui como deveria, como prioridade, mas acredito que isso pode mudar”, afirma.
Para a conclusão do curso de graduação em engenharia ambiental, Vassari estudou como as mudanças climáticas podem trazer consequências para a saúde respiratória dos moradores de Santo André e São Caetano no longo prazo. De acordo com os modelos utilizados pelo estudante, os resultados não são otimistas, especialmente para São Caetano, e aprontam que tais mudanças podem prejudicar os pulmões dos moradores e, assim, aumentar o impacto entre 3% e 6% entre 2019 e 2099. “Ao mudar os modelos, os resultados podem variar. Esses foram os resultados da minha monografia, com base em dados de internações por doenças respiratórias no SUS nas duas cidades […], é preocupante”, afirma.
Enchentes
A participação no ECOSOC veio após processo seletivo organizado pela Global Attitude, instituto não governamental sem fins lucrativos ligado a ONU e que promove projetos que contribuam para processos transformativos, em diversas áreas, no Brasil e no mundo. Em uma das etapas, o candidato devia responder o que faria para somar qualidade e conhecimento ao fórum. Vassari conta que a ideia é que, por meio da educação e conscientização, as coisas mudem e é pelo exemplo que o engenheiro quer incentivar outros jovens a se engajarem no desenvolvimento sustentável. “A partir da educação, podemos promover ações […] podemos fazer muitas coias para evitar níveis alarmantes, como os das últimas enchentes na região, por exemplo. Basta que a gente aja para prevenir, e não remediar. Não adianta enxugar gelo”, finaliza.
Além de Danilo Vassari, outros sete jovens de todo o Brasil integram a delegação verde amarelo em áreas, como biologia, direito, comunicação, psicologia e relações internacionais para debate sobre os 17 ODS propostos pela ONU. Esses objetivos procuram resolver questões que assolam o mundo, em diversos temas, e trazer dignidade à existência humana em todo o planeta. A agenda foi aberta em 2015 e tem até 2030 para atingir as metas propostas.
Objetivos globais
Entre os ODS estão as metas de acabar com a pobreza e com a fome em todo o mundo; assegurar vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades; educação inclusiva, equitativa e de qualidade, com oportunidades de aprendizagem ao longo da vida; igualdade de gênero e empoderamento de mulheres e meninas; assegurar disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento; acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia; crescimento econômico e sustentável, emprego pleno, produtivo e trabalho decente; construção de infraestruturas para industrialização inclusiva, sustentável e inovadora; redução da desigualdade dentro e entre os países; tornar cidades e assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis; assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis; tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e impactos; conservação e uso sustentável dos oceanos, mares e recursos marinhos; proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestre e deter a perda de biodiversidade; promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis e fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.