
A PIC (Pesquisa de Intenção de Compra) realizada pela Universidade Metodista para o Dia dos Pais revela que o consumidor pretende gastar 34% menos nos presentes (já descontada a inflação de 3,37% em 12 meses) em uma das principais datas do ano para o comércio. O tíquete médio vai ficar em R$ 125 contra os R$ 182,50 do ano passado. A estimativa de movimentação comercial no período é de R$ 52 milhões, uma queda real de 35% em relação à PIC do ano passado, que ficou em R$ 76,7 milhões. Essa é a pior estimativa dos últimos sete anos.
A pesquisa foi feita por telefone e ouviu 334 pessoas e 70% dos entrevistados com ganho acima de três salários mínimos. O estudo concluiu também que os gastos gerais com a data também registraram queda de 34% em relação ao ano passado; R$ 152 contra R$ 222,50.
Para o pesquisador do Observatório Econômico da Metodista, Moisés Pais dos Santos, a pesquisa mostra que o consumidor está com medo do que pode vir pela frente, em relação à economia do País. O professor afirma que vários indicadores nos levam a esse raciocínio. “Eles mostram desempenho baixo da economia, visto que a expectativa de crescimento tem sido revisada para baixo e agora está em 0,82%, a gente gostaria de dizer que há uma esperança, mas infelizmente a política econômica não aponta para isso”, analisa.
Enquanto o gasto médio do presente ficou em R$ 152, a maioria dos consumidores entrevistados, 35% deles, vai gastar entre R$ 51 e R$ 100 e 12% não pretendem superar a barreira dos R$ 50 e apenas 19,5% gastarão mais de R$ 200.
Santos considera o resultado da pesquisa uma “decepção”. As outras duas PICs realizadas neste ano, para o Dia das Mães, em maio, e para o Dia dos Namorados, em junho, já apontavam queda. A primeira diagnosticou retração de 6,5% em relação a 2018, com tíquete médio de R$ 143 e a segunda, redução de 12%, com gasto médio de R$ 161. “Essa pesquisa surpreendeu de forma mais drástica, diante de uma recuperação econômica que não ocorre, por isso as perspectivas não são boas”, diz o pesquisador, que não vislumbra um universo mais otimista para as próximas datas importantes para o comércio, como o Dia das Crianças em outubro e a Black Friday em novembro.
Em ordem decrescente, os presenteados serão os pais (65%), maridos (14%), sogros (10%) e avós (5%) e a maioria vai ganhar roupas, pois os presentes mais procurados devem ser vestuários (50%), depois perfumes e cosméticos (21%), livros (4,6%), joias e perfumes (3,5%).