
A insolação é uma condição séria provocada pelo excesso de exposição ao sol e ao calor intenso. Ocorre quando a temperatura corporal ultrapassa os 40º C, o que deixa o mecanismo de transpiração falho e o corpo não consegue se resfriar.
O quadro de insolação merece especial atenção porque, com o aumento rápido da temperatura corporal, a pessoa perde muita água, sais e nutrientes importantes para manutenção do equilíbrio do organismo.
É importante lembrar que a condição está associada ao clima quente e seco, mas também pode ocorrer em ambientes úmidos. É uma condição que pode ser fatal. O atendimento médico deve ser imediato, assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas, para evitar o óbito e outras complicações, como danos no cérebro, coração, rins e músculos.
Causas – Segundo a dermatologista Leontina da Conceição Margarido, delegada da APM (Associação Paulista de Medicina) e integrante da Academia de Medicina de São Paulo, a insolação pode ocorrer em qualquer tipo de pele, mas é pior nas pessoas com pele e olhos claros. “Os ruivos são os mais susceptíveis às queimaduras e suas consequências”, afirma.
O problema é causado basicamente por situações de exposição prolongada ao sol e ao calor. Normalmente acontece em ambientes muito quentes ou em situações que provoquem rápido aumento da temperatura corporal, como:
- Passar muito tempo exposto ao sol sem protetor solar (na praia, no clube, na piscina etc).
- Praticar atividades extenuantes, isto é, que causam esgotamento, enfraquecimento físico.
- Usar excesso de roupas, especialmente no calor.
- Ficar sem se hidratar por muito tempo.
A prática regular de atividades físicas é uma orientação padrão dos médicos, especialmente por melhorar a qualidade de vida e prevenir uma série de doenças crônicas, como diabetes, câncer e hipertensão. No entanto, atividades exaustivas, que causam debilitação na pessoa, provocam o efeito inverso, de modo a contribuir para insolação e, em casos mais graves, lesões de diversos tipos e até mesmo a morte.
Apesar de o ambiente externo ser mais propício ao aparecimento do problema, é fundamental ter cautela. Barraca ou guarda sol, por exemplo, não protegem dos raios solares porque refletem no solo e acabam atingindo mesmo aqueles que estão na sombra. “A proximidade com a água e a areia também aumentam a incidência de luz e intensificam a exposição à radiação”, alerta Leontina.
Sintomas – A insolação causa sintomas que vão aparecendo aos poucos. Os primeiros sinais são:
- dores de cabeça;
- tontura;
- náusea;
- pele quente e seca;
- pulso rápido;
- temperatura elevada;
- distúrbios visuais;
- confusão mental.
Conforme o tempo de exposição ao sol, os sintomas podem ser mais graves e podem incluir:
- respiração rápida e difícil;
- palidez (às vezes desmaio);
- convulsão;
- temperatura do corpo muito elevada;
- extremidades arroxeadas;
- fraqueza muscular;
- coma;
- morte.
A insolação provoca o aumento de, pelo menos, 25% das chances de desenvolver câncer de pele. Além disso, favorece o aparecimento de sardas, melasma, queimaduras e envelhecimento precoce.
“É preciso estar atento às lesões que mudam de tamanho e cor, começam a coçar, doer e arder. Feridas que demoram em cicatrizar ou não cicatrizam são sinais de degeneração e que não podem ser ignoradas”, completa.
Fatores de risco – Alguns fatores podem aumentar os riscos de insolação. Crianças, idosos, pessoas com doenças crônicas, como câncer, diabetes e hipertensão, e pessoas com imunidade baixa, como transplantados e portadores de HIV/Aids, devem ter cuidado especial com a insolação, uma vez que esta condição pode provocar efeitos colaterais graves com maior probabilidade nesse público.