
O verão trouxe novamente a preocupação com o mosquito Aedes aegypt, transmissor de doenças como dengue, febre amarela, zika e chikungunya. No ABC, em 2019, disparou o número de casos de dengue, com mais de 1,2 mil confirmações, contra 69 no ano anterior. Em 2020, São Bernardo já conta com um caso confirmado da doença, enquanto Ribeirão Pires possui seis em análise. Para tentar evitar o cenário do ano passado, todas as prefeituras já organizam ações de conscientização.
Santo André está entre as cidades com maior diferença na contagem dos dois últimos anos. Em 2019 foram 354 casos confirmados de dengue. No ano anterior, foram apenas 14 ocorrências. Chikungunya teve 42 notificações em 2019, número que representa diminuição com relação a 2018, quando foram registrados 46 casos. Os números da febre amarela também caíram na comparação entre os dois anos, de 38 para zero. Não houve casos de zika.
Em São Bernardo, a diferença também foi grande, com 30 casos confirmados de dengue em 2018 e 453 em 2019, maior número do ABC. Houve diminuição, no entanto, dos casos de chikungunya e febre amarela, que tiveram dois e um registro, respectivamente, em 2018, e nenhum caso no ano passado.
São Caetano também registrou aumento na dengue. Em 2018 foram 10 casos e, em 2019, 73 confirmações. Em 2018 a cidade também teve um caso de febre amarela e, em 2019, uma ocorrência de chikungunya.
Diadema registrou apenas 12 casos de dengue em 2018, mas no ano passado foram 375 ocorrências, 354 delas autóctones (contraídas na cidade). Em 2018 houve também um caso de chikungunya no município, porém em 2019 nenhuma das demais doenças foi reportada.
Mauá teve nos dois últimos anos 422 ocorrências de dengue e 3 de chikungunya. Já Ribeirão Pires foi surpreendido este ano com 13 notificações de dengue, das quais sete foram descartadas e seis estão em análise. No ano passado, 22 casos foram confirmados, contra três em 2018.
Ações de prevenção
Para prevenir novos casos, Santo André atua com a Brigada Contra o Aedes, que conta com mais de 260 órgãos e 780 brigadistas para o controle em bairros e nas escolas. A vistoria casa a casa é realizada quando um caso positivo é notificado à vigilância. Uma equipe se dirige à vizinhança e faz checagem no quarteirão para quebra do ciclo larval.
São realizadas também fiscalizações de pontos estratégicos e imóveis especiais, locais com intenso fluxo de pessoas e maior poder de proliferação. Os agentes estão com carros identificados e vestem coletes verdes e com identificação funcional.
No programa São Bernardo Contra a Dengue, agentes de controle de endemias (ACEs) realizam visitas domiciliares. Além disso, a Secretaria de Saúde lançou ação para gestantes, com visita ao bairro onde moram. A otimização das equipes é feita de acordo com o grau de risco de cada bairro, de acordo com histórico de casos e alto índice larvário. Os supervisores e ACEs devem estar uniformizados e com crachá de identificação.
Em São Caetano, o combate ao mosquito contou com mutirões do Comando Contra a Dengue, em julho e agosto do ano passado, nos 15 bairros, quando eliminou 341 possíveis criadouros. Além das casas, houve vistoria nos espaços públicos, como hospitais, escolas, clubes esportivos e centros da terceira idade.
Para combater o aumento, Diadema tem ações de mobilização casa a casa, visitas no comércio, escolas, unidades básicas de saúde (UBSs), associações comunitárias, igrejas, serviços da assistência social, terminal de ônibus intermunicipal e prédios públicos. A vistoria em domicílio é feita de acordo com notificação de casos suspeitos e confirmados. Os agentes estão uniformizados e sempre em duplas ou grupos.
Em Mauá, são realizados vistorias, bloqueio em região de casos suspeitos e visitas em pontos estratégicos, UBSs e escolas. Além disso, há avaliação de densidade larvária, que consiste em coleta de larvas em locais e endereços definidos pela Superintendência de Controle de Endemias do Estado, que permite saber o índice de infestação do município.
Ribeirão Pires faz vistorias, por meio de denúncias, em terrenos baldios ou locais com lixo acumulado. Quando são identificados e confirmados casos das doenças transmitidas pelo mosquito, é efetuado bloqueio no local, assim como vistoria num raio de 150 metros da residência do infectado. (Colaborou Leticia Vasconcelos)