
Funcionários do Hospital e Maternidade Christóvão da Gama, do grupo LeForte, situado em Santo André, relatam escassez de materiais básicos como álcool gel, máscaras de proteção e luvas no atendimento de pacientes com suspeita do novo coronavírus (Covid-19).
Em entrevista ao RD, enfermeiros e funcionários da limpeza denunciam a falta de insumos na área de internação e recepção do hospital, onde acontece o primeiro atendimento dos pacientes. “Dispenser tem espalhado por todos os corredores do hospital, mas são poucos os que tem álcool para quem precisa usar”, relata uma das funcionárias que preferiu não ser identificada.
Uma enfermeira denuncia ainda que, apesar de terem recebido informativo com orientações de segurança para os profissionais de saúde e pacientes, como uso da máscara tipo N95 – indicada para minimizar o risco de exposição – falta material para suprir a demanda e atender casos de suspeita do novo coronavírus. “Falam no comunicado sobre o uso de aerossóis, que seriam essas máscaras mais resistentes (N95), mas na verdade não é isso que nos entregam, colocam nossa saúde e dos nossos familiares em risco”, denuncia.
A reclamante conta que no lugar da N95, são entregues máscaras cirúrgicas, que tem serventia apenas para que as equipes não tenham contato com gotículas. “Esse tipo de máscara é utilizado somente em procedimentos cirúrgicos, curativos grandes e em casos de isolamento por gotículas, exemplo a meningite. O Covid-19 é mais sério, pede equipamentos tipo aerossóis, utilizados também em casos de tuberculose e herpes. Não se usa a branca”, completa.
O mesmo acontece com as luvas de látex, que de acordo com outra enfermeira do equipamento de saúde, é insuficiente para toda a equipe. “Não temos luvas para todo mundo, vai chegar uma hora que vai faltar e não estamos vendo reposição”, reclama.

Em nota, o Grupo Leforte informa que não há confirmação de caso de coronavírus no hospital. “Se houvesse, a instituição conta com equipe e estrutura preparadas para oferecer o melhor atendimento e encaminhamento, conforme as normas e determinações das autoridades públicas de saúde”, diz em nota.
A administração reitera ainda que o hospital segue regulamentos e fiscalizações frequentes feitos pelos órgãos de classe, que avalizam a qualidade do ambiente de trabalho e da assistência oferecidos a colaboradores, pacientes e seus familiares.
“No momento em que o mundo busca superar um dos maiores desafios de saúde pública da sua história, denúncias inverídicas, baseadas em interesses escusos, só contribuem para gerar pânico junto à população e para prejudicar o trabalho incansável que está sendo feito por profissionais de saúde sérios e comprometidos, preocupados apenas com o bem-estar e a saúde de seus pacientes”, acrescenta em nota.