
O respirador desenvolvido no Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano, já venceu a etapa de testes médicos. Na última semana o equipamento, que é acionado por um motor igual ao usado em limpadores de para-brisa, passou por testes funcionais sob a supervisão de equipe formada por médicos, fisioterapeutas, anestesistas e diretores da Santa Casa de São Paulo e do Hospital Mário Covas, de Santo André. Em março o RD mostrou em reportagem o processo de criação do modelo de ventilador e agora, com a aprovação dos médicos, só falta a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovar para que ele possa ser produzido em larga escala e ajudar no tratamento dos doentes da covid-19.
O protótipo do ventilador mecânico de baixo custo foi inspirado num modelo europeu, apresentado pelos engenheiros e empresários David Sanchez e Marco Veiga, ex-aluno do Instituto Mauá de Tecnologia, ao também engenheiro e responsável pelo FabLab Mauá, professor Rodrigo Mangoni Nicola, e ao engenheiro Guilherme Ikeda. O projeto foi aperfeiçoado e simplificado para contornar a alta demanda global por componentes eletrônicos de respiradores. Foram encontradas boas soluções na indústria automotiva da região, chegando-se a um modelo final totalmente nacional, produzido pela parceira Mercedes-Benz do Brasil, que está com seu parque industrial pronto para fabricá-lo em larga escala.
O protótipo da Mauá foi testado no laboratório da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul). De acordo com Nicola, médicos do Hospital Estadual Mário Covas também atuaram no desenvolvimento do projeto. Se aprovado para começar a produção, o equipamento vai ser importante retaguarda aos hospitais. “Ele não substitui o respirador tradicional, mas garante a vida do paciente, até a disponibilidade do respirador. É como se um enfermeiro ficasse o tempo todo operando o Ambu em um ritmo adequado”, diz o professor.