Com cerca de 7% da população vacinada com a primeira dose dos imunizantes contra a Covid-19, a preocupação aumentou em relação a lentidão do processo. Na tentativa de acelerar a imunização o Congresso Nacional tenta trabalhar as relações com as demais nações para conquistar o maior número de doses possível em pouco tempo. Ao RDtv nesta quinta-feira (25/3) a senadora Kátia Abreu (PP/TO) relatou o plano para mudar a imagem do Brasil no exterior em meio ao caos vivido na área da Saúde.

Presidente da Comissão de Relações Exteriores, Kátia relatou que assinará uma carta em conjunto com o presidente da mesma comissão na Câmara dos Deputados, Aécio Neves (PSDB/MG), e direcionada para a ONU (Organização das Nações Unidas) na busca de um entendimento da necessidade do Brasil, atual epicentro da doença no mundo, consiga o mais rápido possível uma grande quantidade de doses de vacina.
O objetivo é tentar alcançar pelo menos 100 milhões de doses com países que estão com a campanha de vacinação com um ritmo mais acelerado como Estados Unidos, China e os que fazem parte da União Europeia, algo que considera que seria feito com qualquer nação que passasse pelo mesmo cenário brasileiro.
“Eu tenho muita expectativa que a ONU, um organismo internacional da maior categoria, onde está a OMS (Organização Mundial da Saúde), eu estou bastante crédula que eles poderão nos acudir, não com toda a vacina que precisaremos, mas qualquer tanto adiantado será um alívio para nós”, disse a senadora.
Na sua visão, o Brasil tem como principal problema a entrega dos imunizantes comprados. Até o momento uma série de contratos foram assinados e apontam o recebimento de mais de 520 milhões de doses, mais do que o necessário para vacinar toda a população adulta brasileira. O grande problema é na entrega dos pedidos feitos, algo em que a parlamentar crê que foi causado pela demora do Governo Federal em agir no combate a pandemia.
“É um conjunto de situações que nos levaram para esta situação que temos hoje. Como eu disse houve um atraso em acreditar na doença, o negacionismo, falando que ‘é uma gripezinha, que isso vai passar logo, que isso é coisa de maricas’, um negacionismo como se a covid não existisse e ela existe. Esse negacionismo nos levou a demora na compra das vacinas. Enquanto isso os outros países correram e foram comprar as suas vacinas”, explicou.
Para isso o Congresso Nacional iniciou um movimento para tentar melhorar a imagem do Brasil no exterior, mas Kátia Abreu lembra que é necessário que a população siga as medidas sanitárias para que o número de casos e óbitos caia, e que por consequência o mundo entenda que os brasileiros estão levando à sério todo o problema e que estão se cuidando da melhor forma possível.
“Temos que demonstrar que o Brasil é um país importante, é um país gigante e não é apenas uma preocupação com os brasileiros, pois é uma questão humanitária, morrendo mais de 3 mil pessoas por dia, a questão é que nós também nos tornamos um grave risco para o mundo, então nós podemos desenvolver outras cepas e não tem como cercar, e isso chegar em outros países da América do Sul, América Latina e aos Estados Unidos. Então nós esperamos essa visão da OMS. O problema não é dos outros países, é do Brasil, mas a solução está com os outros países e eles não podem nos negar essa solução”, salientou.
Kátia considera que o momento é de priorizar as medidas de proteção epidemiológica da população e que após esse período fazer uma avaliação direta e objetiva das ações do Governo Federal e de seus principais nomes durante o período a pandemia.