
Os cemitérios do ABC adotaram medidas para dar conta da demanda maior de sepultamentos durante a pandemia da covid-19. Esta semana o cemitério São José, em Ribeirão Pires, começou a receber intervenções para ampliação do número de vagas, visto que na cidade o número de enterros aumentou 71% desde a pandemia; em março de 2019 foram realizados 76 sepultamentos no local, em março deste ano foram 130. Em Santo André a média mensal de sepultamentos aumentou 139,6% durante a pandemia e agora o município só aceita enterros de moradores da cidade.
De acordo com a prefeitura de Ribeirão Pires, o cemitério municipal, o único da cidade, tem 61,3 mil vagas, sendo que a rotatividade entre os jazigos por conta das exumações. A prefeitura já tinha planos de ampliar o espaço para novas sepulturas e a pandemia acelerou esse processo. “Devido ao aumento do número de sepultamentos, o projeto de ampliação teve que ser antecipado, pois a rotatividade de vagas foi comprometida, fazendo com que o número de enterros passasse a ser maior que o de exumações. Mesmo com as obras de ampliação, os serviços de exumações foram reforçados, conforme período de vencimento”, detalhou a prefeitura.
A situação em Santo André é bem mais complicada se considerado o aumento no número de sepultamentos, mas a prefeitura não planeja obras, porém restringiu os enterros apenas para moradores. A cidade conta com quatro cemitérios municipais: Curuçá, Camilópolis, Vila Pires e Vila Assunção, além de dois cemitérios particulares; Memorial Phoenix e Cemitério Memorial Jardim Santo André.
De acordo com a prefeitura andreense nos cemitérios Vila Pires, Assunção e Camilópolis há apenas jazigos familiares e cada um conta com quantidade distinta de gavetas internas, portanto não há uma quantidade exata. O cemitério do Curuçá tem 910 vagas disponíveis. A média de sepultamentos na cidade aumentou vertiginosamente desde 2019, alta de 139,6% . Naquele ano a média mensal foi de 237 enterros, número que passou para 256 no ano seguinte e neste ano a média mensal, calculada até esta quarta-feira (16/06), era de 568 sepultamentos.
Os números de Santo André mostram uma alta de mortes muito maior na primeira metade deste ano apesar do mês de junho ainda estar na metade. Já foram enterrados só em cinco meses e meio deste ano 3.410 corpos nos cemitérios da cidade, número que já supera em 19,8% os sepultamentos de todo o ano de 2019, e também é 10,6% maior que 2020 inteiro. Tudo isso levou a prefeitura a restringir a aceitação de enterros apenas para moradores da cidade. A prefeitura informou que mantém a programação de exumações e isso tem garantido o atendimento da demanda sem a necessidade de ampliações. O quadro de coveiros não precisou ser ampliado.
Em São Bernardo os sepultamentos aumentaram 22,8% entre 2019 e 2020. Segundo relato da prefeitura foram 258 sepultamentos no ano anterior a pandemia e 317 no ano passado. A cidade não informou a média mensal deste ano. São Bernardo, tem quatro cemitérios municipais, sendo que em três deles (Vila Euclides, Baeta Neves e Paulicéia) os jazigos são de concessão de uso perpétuo, ou seja, sem intervenção do município. O cemitério do bairro dos Casa (Vila Carminha), por sua vez, atende munícipes não concessionários, sendo responsável atualmente pela maior demanda da cidade. Apesar do aumento de enterros, a prefeitura ainda não vê necessidade de reformas para ampliar o número de jazigos.
Em São Caetano a prefeitura informou que os três cemitérios públicos da cidade contam com cerca de 800 vagas e que, mesmo com a pandemia, não foram necessárias obras de ampliação. A média mensal de sepultamentos aumentou pouco de 2019 para cá. De acordo com o informe, a média em 2019 era de 115 sepultamentos, em 2020, com quase dez meses de pandemia, esse número praticamente se manteve, chegando a 117, mas nesse ano a média de enterros nos cemitérios municipais está em 147, aumento de 27%. A administração também informou que não foi necessário reforço no quadro de funcionários das necrópoles, que hoje é composto por 45 colaboradores. São Caetano não tem cemitérios particulares.
Em Diadema há dois cemitérios, um municipal, no Parque Real, e outro privado, o Vale da Paz, que fica em Eldorado. Na cidade, segundo informou a prefeitura, não houve necessidade de obras para ampliação de vagas e que a demanda vem sendo atendida normalmente. A prefeitura não conseguiu, até o fechamento desta reportagem, levantar a média de sepultamentos dos anos anteriores, mas informou que a média hoje é de 170 enterros por mês. Apesar da demanda ser atendida, a prefeitura tomou providências para evitar uma situação mais crítica no cemitério municipal; intensificou o número de exumações para não trabalhar no limite. A equipe de funcionários também foi reforçada e hoje conta com 10 coveiros.
As prefeituras de Mauá e Rio Grande da Serra não responderam o RD.