
O ouvidor da polícia, Elizeu Soares Lopes, pediu ontem (31/08) que a família que denunciou violência policial ocorrida no dia 27/08 no bairro Sacadura Cabral, em Santo André seja inserida em programa de proteção a vítimas e testemunhas ameaçadas. Na segunda-feira (30/08), dois dias depois de denunciar agressões e ofensas por parte de policiais do 10° Batalhão da PM, a casa da família foi alvejada por disparos de arma de fogo por um homem desconhecido em uma motocicleta. Dos sete policiais envolvidos nas agressões, quatro estão presos no Presídio Romão Gomes enquanto as investigações seguem, outros três estão em serviços administrativos.
Em ofício endereçado ao delegado Luís Augusto Castilho Storni, titular do Demacro (Departamento de Polícia da Macro São Paulo), o ouvidor sugere que seja feito pedido ao Ministério Público para que a família seja incluída no programa de proteção. Lopes também pede informações sobre a investigação do fato ocorrido dias após o caso envolvendo os policiais militares. “A fim de instruirmos protocolo em trâmite nesta Ouvidoria da Polícia, solicitamos a vossa excelência, por gentileza, informações acerca dos procedimentos de Polícia Judiciária adotados para apurar a autoria e motivação de disparo de arma de fogo na rua Recife, Sacadura Cabral, Santo André, registrado no 1° DP de Santo André”, diz o pedido do ouvidor.
“Considerando a gravidade dos acontecimentos que se deram após os fatos, sugerimos à Vossa Excelência que seja proposto ao Ministério Público que as vítimas sejam inseridas no Programa de Proteção à Vitimas e Testemunhas ameaçadas”, conclui Elizeu Soares Lopes.
Caso
Por volta das 3 horas da madrugada de sexta-feira (27/08) policiais militares abordaram um jovem junto a uma moto. Ele estava sem documentos e disse que a carteira estava dentro de casa, em frente ao local onde estava parado. Quando familiares saíram na rua para ver o que ocorria começou uma confusão generalizada entre a família e os policiais, pelo menos três pessoas foram agredidas fisicamente e os demais foram vítimas de ofensas. Testemunhas filmaram parte da agressão que serviu como evidência na investigação. Todos os policiais integram o 10° Batalhão.
O clima de tensão tomou conta da situação, principalmente após os tiros na fachada da casa. A família não quis dar declarações.