
O desembargador Ney Wiedemann Neto, 3º vice-presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, aceitou o pedido de efeito suspensivo formulado pela Universidade Metodista e suspendeu, em São Bernardo, nesta quinta-feira (9/9), a decisão anterior que afastava as instituições de ensino do processo de recuperação judicial. O aceite da corte interfere diretamente no pagamento de dívidas que a instituição tem com funcionários e já foi motivo de paralisações no campus do Rudge Ramos, em São Bernardo, numa crise que se arrasta desde 2018.
Em nota, divulgada na noite desta quinta-feira a Educação Metodista diz que a recuperação judicial é a esperança que a instituição tem para reorganizar suas atividades. “No despacho, o desembargador reconheceu o papel econômico da Educação Metodista, que atualmente gera mais de 3.000 empregos e possui mais de 20.000 alunos em suas escolas e instituições de ensino superior. Com esta decisão, o grupo assegura a continuidade de seu processo de reestruturação. A Educação Metodista segue confiante de que a recuperação judicial é o caminho para reorganizar suas atividades. O grupo ressalta também que seu plano de recuperação judicial é objetivo e consistente, e depende apenas da venda dos imóveis para pagamento de seus credores. Neste momento, a Educação Metodista dará continuidade às negociações com os credores”, diz o documento.
Os professores observam a situação com expectativa. O SinproABC (Sindicato dos Professores das Escolas Particulares do ABC) espera que a Metodista pague uma série de passivos trabalhistas. A presidente da entidade, Edilene Arjoni, não foi localizada para comentar o assunto, mas em entrevista ao RD, dia 3 de setembro, a dirigente sindical definia a situação da Metodista como grave. “A Metodista é um problema agudo, que se arrasta por anos, tem uma série de passivos trabalhistas que continuam. Melhoram um pouco a forma de pagamentos, pagando líquidos dentro de algumas faixas de salários e outras não. Entraram com processo de recuperação judicial e, a partir daí, começaram as discussões do plano de recuperação. Avaliamos que o plano que não contemplava os funcionários. Criamos um pool de sindicatos, fizemos o Dia Nacional do Basta, que está completando um ano agora. Esse consórcio de sindicatos se reúne duas ou três vezes por semana”, contou. “O que nós lutamos é para que sejam assegurados os direitos destes trabalhadores, professores ou administrativos, que recebam de forma justa e necessária tudo aquilo que lhes é devido”, disse a presidente do SinproABC.