
Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados na última quarta-feira (29/09), mostram crescimento na geração de empregos no ABC. O saldo registrado em agosto foi positivo, com a abertura de 8.486 novos postos de trabalho, crescimento de 6.244 vagas em relação ao mês de julho. ”
A liberalização da economia com o avanço da vacinação permite uma retomada gradativa da economia brasileira, ainda que em patamares tímidos. A indústria (que é o principal setor de atividade do ABC) é favorecida por esta retomada” explica o economista Jefferson José da Conceição, professor e coordenador do Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul).
Todas as cidades da região mostraram aumento na geração de vagas. Do total, São Bernardo foi o município que registrou o maior número, com 2.738 contratações. Na sequência está Santo André com 2.305 novos empregos e São Caetano com 1.795.
A cidade que gerou o menor número de vagas foi Rio Grande da Serra, com 69 registros; seguido de Ribeirão Pires, com 129 contratações, Mauá (636) e Diadema com 814 novos empregos.
Em comparação a julho, houve crescimento de 376 vagas em Diadema, 80 em Mauá, 1.729 em Santo André, 1960 em São Bernardo, 1724 em São Caetano e 53 em Rio Grande da Serra. De todo ABC, apenas Ribeirão Pires obteve diminuição no número de novas vagas de emprego com 34 registros a menos em agosto, se comparado ao mês anterior.
O setor com melhor resultado foi o de Serviços com 3.929 novas vagas, seguido pelo Comércio com 2.242, Construção com 1.404 e Indústria onde 912 novos contratos foram gerados. A única exceção foi o setor de Agropecuária, que fechou somente uma vaga no mês. Em julho, a área com maior destaque foi a de Comércio, com 1.183 vagas, seguido pela Construção (839) e Indústria (679). O saldo negativo foi no setor de Serviços com 276 desligamentos.
Empresas contratam mais homens
No saldo por sexo, nota-se que no mês de agosto, o saldo masculino, com 4.548 novas vagas, foi novamente maior do que o feminino, com 3.938 mulheres contratadas. O mesmo se repetiu no mês passado, em que o saldo masculino foi de 1.773 contra 651 do feminino. “No Brasil, a diferença sempre foi favorável, na maior parte do tempo, ao sexo masculino. No caso específico do período pós pandemia, levanto a hipótese de que as mulheres voltarão ao mercado de trabalho após os homens, pois muitas famílias ainda não resolveram plenamente a questão do retorno das crianças às creches e escolas”, afirma Conceição.
Em relação à escolaridade, o predomínio das vagas foi para pessoas de nível médio completo (6.316), enquanto o grupo que registrou o menor número de vagas foi o de analfabetos (19 vagas criadas). Já no quesito faixa etária, os mais jovens continuam em primeiro no ranking com mais de 3,5 mil vagas para a faixa de 18 a 24 anos. Entre os idosos (65 ou mais), houveram 84 desligamentos. Ao ser questionada sobre o motivo de jovens conseguirem mais vagas, Jefferson explica que há um enorme contingente de desempregados jovens. “Portanto, muita mão de obra com enorme potencial disponível e disposta a receber salários menores como primeiro emprego. Esta pode ser uma das razões para a ocorrência deste maior número de contratações de jovens verificado”.