
A procura por atendimentos com oncologistas – médicos especializados no tratamento do câncer – voltou a diminuir com o aumento dos casos de covid-19. Para se ter ideia, desde o ano passado, Karlo Danilson de Moraes, chefe do serviço de urologia da Santa Casa de Mauá, nota que o número de pacientes (homens) que se encontram com a doença mais avançada continuam a procurar o serviço, mas aqueles que precisam de consultas de rotina e/ou realização de check-ups não procuraram o serviço médico com a periodicidade necessária.
Com relação à frequência dos atendimentos no consultório médico, o percentual de falta dos pacientes ficou em torno de 25% na média de consultas em todas as áreas clínicas. Atualmente, com o surto da variante ômicron que resultou em alta nos diagnósticos de covid-19, o índice de consultas com oncologista está entre 10% a 15%, mesmo percentual registrado por Moraes, em Mauá.
Ao RD, o especialista explica que a urologia não cuida apenas da bexiga e próstata dos homens, mas também de rins e vias urinárias. Nesse caso, os sintomas são variados e específicos para cada tipo de câncer. “Um dos sintomas mais comuns é o desconforto, como sangramento na urina no caso do câncer de bexiga ou de rins. Já na região genital, alguns sintomas são endurecimento dos testículos e lesões, e na próstata o mais comum é a dificuldade de urinar e ardência”, afirma.
O Dia Mundial do Câncer, 4 de fevereiro, é uma iniciativa global organizada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) junto com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O objetivo da campanha é aumentar a conscientização e a educação mundial sobre a doença, bem como influenciar governos e as próprias pessoas para que se mobilizem para prevenir e controlar o câncer.
O câncer é um problema mundial de saúde pública. Segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), entre 2020 e 2022, a estimativa é que a cada ano no Brasil sejam detectados 625 mil novos casos de câncer. Sem considerar o câncer de pele do tipo não melanoma, que é considerado o com mais incidência no País, com 177 mil novos casos estimados.
A pesquisa atual é para o triênio 2020-2022 e os números se repetem para cada ano. O câncer de pele não melanoma será o mais incidente (177 mil), seguido pelos cânceres de mama e próstata (66 mil cada), cólon e reto (41 mil), pulmão (30 mil) e estômago (21 mil).
Os tipos de câncer mais frequentes em homens, à exceção do câncer de pele não melanoma, serão próstata (29,2%), cólon e reto (9,1%), pulmão (7,9%), estômago (5,9%) e cavidade oral (5,0%). Nas mulheres, exceto o câncer de pele não melanoma, os cânceres de mama (29,7%), cólon e reto (9,2%), colo do útero (7,5%), pulmão (5,6%) e tireoide (5,4%) figurarão entre os principais. O câncer de pele não melanoma representará 27,1% de todos os casos de câncer em homens e 29,5% em mulheres.