
Na última quarta-feira (9/3), as cidades do ABC definiram que vão seguir o governo do Estado ao permitir a flexibilização do uso de máscaras em ambientes abertos. A decisão tem como base dados que mostram a queda do número de internações, casos e óbitos na região, referentes à covid-19.
Para Cristina Vidal, gestora do curso de Farmácia e docente da Escola de Saúde da USCS (Universidade de São Caetano), além da queda no número de internações, a segurança também se dá por conta do número de vacinados, tanto no Estado quanto na região. “Quando a vacinação está próxima ou atinge 80% do público-alvo, entramos em um cenário seguro, onde aqueles 20% não vacinados estão protegidos por aqueles que foram imunizados, atingimos a segurança epidemiológica. Dessa maneira, podemos sim adotar a flexibilização do uso de máscaras em locais abertos”, explica a farmacêutica.
Até sábado (12/3), cerca de 81% da população no Brasil foi imunizada com a primeira dose, e cerca de 74% já receberam a segunda dose ou dose única da vacina contra o coronavírus. No Estado de São Paulo, os números são mais altos, cerca de 88% da população foi vacinada com a primeira dose e 82,6% das pessoas estão totalmente imunizadas, pois tomaram a segunda dose ou dose única.
No ABC, até sexta-feira (11/3), cerca de 84% da população já receberam a primeira dose da vacina contra covid-19 e 78,6% já tomaram a segunda dose ou dose única dos imunizantes. “Atingimos o objetivo da vacinação, que é ter grande parte da população imunizada. Agora, entramos em uma fase mais amena, em que podemos conviver com o vírus”, afirma Cristina.
Mas para aqueles que ainda não se sentem seguros, manter a máscara ainda é uma opção. “Desobrigou-se apenas em locais abertos, mesmo assim, se o local aberto estiver com muitas pessoas e você se sentir desconfortável, nada impede o uso da proteção”, orienta ao reforçar que o uso de máscaras protege contra muitas doenças, inclusive a gripe. “Estamos chegando no mês de abril, período em que a secura do ar aumenta, a umidade cai e com a poluição, aumentam os riscos de doenças respiratórias, mais facilmente transmitidas em locais fechados”, reforça a farmacêutica.
Condomínios
O decreto estadual não especifica o conceito de ambiente aberto ou ambiente fechado. Nas escolas, por exemplo, os alunos terão de usar máscaras nas salas de aulas, mas nos pátios e quadras não precisam.
Outros locais que possuem os dois ambientes são os condomínios de apartamentos. Segundo Vander Ferreira Andrade, advogado especialista em direito condominial, desde o início dos decretos de protocolos de segurança, os condomínios têm seguido normas para adequar o convívio entre os moradores. “Nesse momento não foi diferente. Nas áreas em comum, consideradas fechadas, como academias e salões de festas, bem como corredores e elevadores, o uso de máscaras permanece obrigatório”, explica Andrade.
Já locais abertos como as piscinas, playgrounds e entorno do condomínio, a proteção não é mais obrigatória. “É claro que a decisão cabe a pessoa, como ela se sente mais segura. E dentro dos apartamentos, é claro que não conta como ambiente fechado, a pessoa é livre para tomar as decisões, é a casa dela”, afirma o advogado. “Entramos em um momento de nova convivência com a doença”, diz Andrade.
Influenza
No final de 2021 e início de 2022, um surto de uma nova variante da Influenza, somado aos casos de covid-19, trouxe um aumento na procura por atendimento médico e internações em todo País. O Instituto Butantan anunciou a fabricação de novos imunizantes adaptados à cepa Darwin do vírus, responsável pelo surto. Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde diz que está em planejamento para a campanha de vacinação deste ano e aguarda a entrega das doses do novo imunizante pelo governo federal, para posterior divulgação do calendário e público-alvo.
Em 2021, São Caetano atingiu a cobertura vacinal de 76.8%. Já em Ribeirão Pires, a campanha de imunização contra influenza atingiu 99% do público alvo.
São Bernardo, no ano passado, vacinou mais de 226 mil pessoas contra a Influenza, cerca de 60% do público-alvo. Em Rio Grande da Serra, a vacinação contra a gripe atingiu mais de 12,5 mil pessoas, em 2021, o que corresponde a 90% de cobertura vacinal.
Diadema informou que em 2021, a vacinação contra Influenza atingiu a cobertura vacinal de 100% das crianças entre seis meses e dois anos; 70% de crianças entre dois e cinco anos; 60% das gestantes; 61% dos trabalhadores da Saúde; 40% em trabalhadores da educação; 71% das puérperas; 65% dos idosos e 36% em pessoas com comorbidades.
Todas as cidades aguardam informações do governo estadual para a campanha de imunização contra gripe deste ano.
Cristina Vidal reforça a importância da vacinação, principalmente para os grupos mais vulneráveis. Explica que o vírus evolui numa tentativa de sobreviver, por isso a nova vacina contra gripe é importante, pois está atualizada e garante proteção para que novos surtos não aconteçam. A farmacêutica ressalta que idosos, gestantes, crianças e imunossuprimidos devem manter a vacinação em dia, além de manter hábitos saudáveis com uma boa alimentação, exercícios físicos e livre de riscos, como o tabagismo. “Isso é recomendado para todos. Bons hábitos garantem uma vida mais saudável e a imunidade sempre forte”, completa.