A oficialização da federação entre PT, PV e PCdoB visando os próximos quatro anos criou um cenário atípico em Diadema, com petistas e verdes do mesmo lado, fato impensável após as disputas dos últimos anos. Para o vereador e pré-candidato a deputado federal Orlando Vitoriano (PT), tal cenário pode criar uma maior disputa e ao mesmo tempo a ampliação de alianças na cidade. Ao RDtv desta terça-feira (17/5) o parlamentar falou sobre os próximos debates que ocorrerão no Legislativo de Diadema.

Entre 2013 e 2020, PT e PV foram opostos na política diademense. Os verdes tinham como prefeito Lauro Michels, o primeiro político da direita da cidade que venceu as eleições após três décadas de gestões da esquerda. Do outro lado os petistas viviam um cenário na oposição. Em 2020 os papeis foram invertidos e em 2022 a federação força uma união entre as legendas, o que não foi de agrado de todos.
Para Orlando Vitoriano, tal cenário traz dois processos diferentes, principalmente quando se fala de Regina Gonçalves (PV) que também busca uma cadeira na Câmara dos Deputados. “É uma concorrente a mais, mas é uma aliada a mais. Ao mesmo tempo que a Regina está na federação, estamos disputando praticamente de igual para igual, nas mesmas condições nessa estrutura de federação, ou seja, estamos em uma estrutura como se fosse um único partido”, explicou.
Mas o petista relembrou que o outro pré-candidato do PV nas eleições, o vereador Cabo Angelo, que busca uma vaga na Assembleia Legislativa, não pensa exatamente como aqueles que aceitaram a federação. Aliás, o ex-policial militar não é favorável a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Haddad. Mas como não conseguiu mudar de legenda a tempo de evitar tal situação, tentará uma cadeira como deputado estadual se aliando apenas aos colegas de partido, sem ter a imagem aproximada das demais legendas da federação.
Enquanto isso, Orlando Vitoriano busca apoio nas mais diversas cidades. Segundo o advogado foram fechadas 17 dobradas com pré-candidatos a deputado estadual, o que engloba mais de 60 municípios paulistas. A ideia é ampliar a base e assim garantir votos além de Diadema, cidade que não conta com representação em Brasília a cerca de uma década.
“Estou no quarto mandato (como vereador) e na última eleição fui o mais votado da cidade, e a experiência desses quatro mandatos de vereador, a experiência acumulada como advogado, a experiência na defesa dos direitos dos trabalhadores no movimento sindical me capacitou para buscar um projeto maior, que possa fazer com que nossa experiência e o nosso trabalho possa avançar um pouco fora de Diadema e assim desenvolver projetos maiores para Diadema e para o Grande ABC”, explicou.
Um dos principais pontos é a defesa da manutenção do Reiq (Regime Especial da Indústria Química), uma medida provisória que é debatida na Câmara do Deputados sobre sua continuidade. A ideia é entender se haverá a manutenção da redução para o Pis/Pasep e a Confis sobre matérias-primas químicas e petroquímicas. Para Vitoriano, o fim desta medida pode acarretar desemprego no setor.