A falta de descanso pode afetar muito a saúde humana. Por conta disso, o sono é um importante aliado para manter a saúde equilibrada. Em entrevista ao RDtv, Claudia Cristina Ramos, neurologista e docente do curso de Medicina da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), afirma que um sono de qualidade é muito importante, pode até reduzir as chances sofrer do mal de Alzheimer.
A médica conta que, quanto menos dormimos, menos qualidade de sono vamos ter. “Antigamente diziam que o sono era uma perda de tempo, um período jogado fora”, comenta. Apesar disso, afirma, já existem estudos que provam o contrário. Estuda-se hoje, por exemplo, o sistema glinfático, que atua principalmente durante o sono, responsável por limpar proteínas e toxinas que podem afetar o sistema nevoso.
Além de ajudar no combate a doenças degenerativas, o sono contribui para regulação do sistema emocional, controle de apetite, melhora no sistema imunológico etc. Claudia explica que passamos 1/3 de nossas vidas dormindo, então é importante entendermos a importância do sono para termos uma melhor qualidade de vida.
Na literatura médica atual, é entendido também que doenças do sono, como apneia, podem aumentar o risco de problemas cardiovasculares. “A presença de roncos e pausas prolongadas na respiração são fatores que precisam ser investigados, podem aumentar as chances de morte súbita”, reforça. Segundo a neurologista, as chances de se ter um AVC (Acidente Vascular Cerebral) também crescem 30% quando se tem dificuldades com sono.
Segundo a médica, quando falamos sobre problemas

de sono, é necessário ficar atento, já que se trata de uma questão ampla. “Muitas podem ser as questões que precisam ser avaliadas”, conta. “O horário que vai dormir, se acorda de noite, o motivo para acordar etc. Tudo isso precisa ser investigado”, alerta.
O tratamento para essas doenças, também, vai depender do caso. Segundo Cláudia, alguns casos podem ser amenizados e em outros é possível reverter o quadro completamente. Em relação à medicação, é necessário atenção também para não haver efeitos colaterais que podem, até, piorar o quadro médico.
A neurologista conta ainda que, atualmente, é possível avaliar as fases do sono de uma pessoa através de exames, como a polissonografia. “Com o procedimento, podemos ver como as ondas cerebrais trabalham enquanto dormimos e se há uma proporção adequada para um sono reparador”, comenta a médica professora da USCS.