A partir deste ano entra em vigor a nova matriz com diretrizes curriculares para ensino médio em todo o País. A mudança visa melhorar a qualidade educacional, no entanto, apesar de ter uma base igual, é indispensável qualificar os professores. Segundo André Stábile, especialista em gestão de cidades com ênfase em Políticas Públicas Educacionais, a capacitação deve ocorrer não só para os docentes do ensino médio, mas profissionais de estágios anteriores, como ensino fundamental, na preparação dos estudantes para a nova etapa educacional.
“É preciso uma visão sistêmica, para que haja um nivelamento dos professores por meio da formação e capacitação de todos, desde o ensino básico, passando pelo fundamental até o médio”, explica André Stábile, também membro efetivo do Movimento pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e ex-secretário de Educação de São Caetano.
O ensino médio é mantido em seis, das sete cidades do ABC, pelo Estado. Apenas São Caetano, que ministra o curso, e trouxe para seu guarda-chuva a responsabilidade da capacitação dos professores para as mudanças.
Para se adequar à nova base nacional, a Secretaria de Educação tem mantido ações de capacitação e adequação. As ações, de acordo com Minéa Fratelli, começaram em 2022 e este ano foram feitas algumas mudanças para a matriz ficar mais robusta e qualificada, para os estudantes terem mais oportunidades. “Desde o ano passado, um assessor especializado e de fora da rede foi contratado e em conjunto com os formadores do Cecape (Centro de Capacitação dos Profissionais da Educação) e do Alcina Dantas Feijão para implementação dos processos formativos, além da formação continuada para a implementação do novo currículo”, afirma.
Para Stábile, o Consórcio Intermunicipal do ABC poderia assumir o protagonismo ao intermediar uma capacitação regional para o novo ensino médio, buscar atores com mais entendimento sobre o tema e replicar por meio de um grupo de trabalho.
Especialistas e professores entendem que a Educação funciona como uma engrenagem, e todas as fases de ensino, de uma forma ou de outra, devem estar interligadas e pensadas sempre nos passos à frente, por isso, adaptações educacionais devem ser realizadas desde os níveis mais baixos.
Em Ribeirão Pires, a Secretaria de Educação e Cultura esclarece estar ciente do novo ensino médio e por isso busca iniciar neste ano novas ações de capacitação dos alunos visando os anos finais (7ª, 8ª e 9ª série).
A Secretaria de Educação de Diadema, por sua vez, informa que mantém formações constantes de seus profissionais, bem como iniciativas que visam a aprimorar cada vez mais a educação da rede municipal de ensino. As escolas da cidade atendem apenas crianças até o 5º ano do ensino fundamental.
Por último, a Prefeitura de São Bernardo informa que as modalidades de ensino atendidas pelo município são a educação infantil (creche e pré-escola) e ensino fundamental I, do 1º ao 5º ano. As modalidades ensino fundamental II (6º ao 9º ano) e ensino médio são atendidas pelo governo do Estado.
Mauá, Rio Grande da Serra e Santo André foram procuradas, mas não se manifestaram.