
O número de famílias que ingressou no Cadastro Único, ou CadÚnico, em 2022 passou de 50 mil. Considerando seis das sete cidades da região – São Bernardo não informou quantos cadastros foram feitos no ano passado – foram mais de 48 mil novas inscrições. Segundo os números do MDS (Ministério Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome) a região tinha até a última atualização, em novembro, quase 293 mil famílias inscritas, sendo 150 mil, ou seja, mais da metade do total, consideradas em situação de extrema pobreza, quando a renda per capita é de até R$ 105 mensais.
O maior percentual de inscritos classificados como extremamente pobres está em Santo André. Na cidade 56% de todos os inscritos no CadÚnico, segundo o ministério, está nesta condição, são mais de 46 mil famílias extremamente pobres na cidade. Considerando todos os inscritos, em apenas quatro meses, entre julho e novembro do ano passado o número de cadastros saltou quase 34 mil famílias, um aumento de 13,1%. (veja quadro abaixo)
A segunda cidade do ABC em número de cadastros de extrema pobreza é São Bernardo. O ministério informa que até novembro do ano passado eram 85,4 mil famílias inscritas CadÚnico, cerca de 9 mil a mais do que em julho do mesmo ano. Do total 46,5 mil famílias, ou 54%, estavam na condição de pobreza extrema.
O governo federal garantiu os R$ 600 para o Novo Bolsa Família e acrescentou ainda R$ 150 para cada criança de até 6 anos de idade. De acordo com o ministro do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, a medida visa garantir a atenção para as crianças em fase de formação. “O Novo Bolsa Família é uma proposta anunciada pelo presidente Lula e ela prevê a apresentação de uma reformulação do Auxílio Brasil na perspectiva de ter a família como o centro, a partir daqui, as políticas que têm como âncora o Bolsa Família, a transferência de renda, uma transferência de renda que agora vem acrescida de R$ 150 reais por criança até 6 anos. A preocupação é com a criança nessa fase da formação. A previsão é que a gente possa já em fevereiro trabalhar as condições de ao mesmo tempo atualizar o cadastro e já ali estar também trabalhando o Novo Bolsa Família. Ali em fevereiro tem essa nova reformulação e a partir do mês de março, o pagamento já acrescido dos 150 reais por criança até 6 anos”.
Para o líder da Cufa (Central Única das Favelas) de São Bernardo, Marcos Miranda, as famílias mais carentes, em sua maioria, são compostas por uma ou mais crianças nesta faixa de idade. Segundo ele esse dinheiro que vem dos programas sociais é prioritariamente gasto na alimentação. “A maioria das famílias cadastradas têm crianças. Esses R$ 150 parecem pouco, mas para quem não tem nada é muita coisa, pode significar uma carne na mesa ou uma porção a mais de arroz. Eu diria que praticamente 100% de todo o benefício que essas famílias recebem vai para a alimentação e esse dinheiro vai para a mão da mulher que muitas vezes é a que mantém a casa, então ela pega e compra comida”, analisa. Ainda de acordo com a análise de Miranda, cerca de 70% das famílias atendidas pela Cufa de São Bernardo, têm uma ou mais crianças de até 6 anos na casa e em metade desses lares é a mãe a provedora do lar.
Das cidades que informaram o número de inscrições no CadÚnico realizadas no ano passado, Santo André foi a que mais inscreveu; foram mais de 20 mil famílias. Diadema vem em segundo com 12,3 mil e Mauá vem na sequência com 9,4 mil famílias inscritas. A prefeitura de Diadema informou a inscrição de 55 crianças menores de seis anos somente entre as 238 famílias cadastradas em 2023. As demais cidades informaram ainda não informações tabuladas sobre os cadastros deste ano.