Com o objetivo de criar um freio na desindustrialização e modernizar o pensamento de indústria no ABC, o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico da região e também da IndustriALL-Brasil, Aroaldo Oliveira, defende que o Governo Federal crie estratégias específicas para regiões já industrializadas, e ao RDtv desta segunda-feira (30/01) comentou sobre os próximos passos da entidade regional.
Aroaldo e outros representantes de entidades e sindicatos se encontraram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com o vice-presidente e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), para tratar de diversos temas, entre eles, a possibilidade de criar um plano estratégico para a indústria. Aroaldo vê o ABC como protagonista neste debate.
“O ABC sempre foi um espaço privilegiado para adotar política pública e servir para o Brasil, servir de espelho, gestar uma política, uma experiência, sempre foi um piloto importante a região do ABC e esse debate sobre a indústria pode ser esse espelho também, para a adoção dessa política nacional industrial. Inclusive na conversa com o Ministro Alckmin, vice-presidente da República, uma das coisas que falamos para ele é que precisamos ter uma estratégia para territórios já industrializados, então essa estratégia pode ser a partir da gente”, explicou.

Para Aroaldo, uma das possíveis iniciativas é repensar o formato da região levando em conta as necessidades do Brasil e de outros países. Um dos exemplos que usou foi a necessidade de uma maior divisão na produção de maquinário para a área da Saúde, algo que considera que possa ser um passo para a geração de emprego e renda na indústria.
Mas para chegar neste processo alguns pontos ainda serão feitos pela União. O presidente Lula já indicou a volta do “Conselhão”, juntando empresários, políticos e trabalhadores no debate sobre a economia do País. Oliveira ainda vê que outros pontos precisam ser tirados da frente como a reforma tributária e o debate sobre o custo do capital.
Região
Sobre a Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC, Aroaldo Oliveira aponta uma série de processos que estão em debate como a Agenda 2030, da ONU (Organização das Nações Unidas), e a compilação dos números econômicos da região. Inclusive houve uma reunião com o CDL (Câmara de Dirigentes Logísticos) de São Caetano para tratar dos dados de inadimplência na região, algo que vem causando preocupação.
Além disso, querem entender uma melhor maneira de ajudar os MEIs (Microempreendedores Individuais). Segundo Oliveira este número já ultrapassou a marca dos 200 mil no ABC, número superior ao da indústria que estima de 180 mil trabalhadores. O setor de serviços é o principal com 380 mil.
Outro ponto é fortalecer o pacto pela indústria na região. Novos encontros e ações serão realizadas, e a ideia é seguir promovendo a união de forças para conseguir alcançar o freio para a desindustrialização.