Eleição 2024 no ABC é marcada por polarizações e batalhas judiciais

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O primeiro turno das eleições 2024 acontece neste domingo (06/10). Mais de 2,1 milhões de eleitores do ABC seguem para as urnas para definir os próximos 150 vereadores da região (oito a mais do que em 2020) e o destino das sete prefeituras (sendo que três serão definidas obrigatoriamente neste turno). A votação ocorre após 45 dias de campanha marcada por batalhas políticas, casos de violência, provocações entre os postulantes e polarizações específicas, mas com pouca influência da disputa nacional que ocorreu em 2022.

Na Justiça Eleitoral as batalhas foram travadas pelos mais diversos aspectos. No início da campanha algumas pesquisas eleitorais foram questionadas, e algumas chegaram a ser canceladas por erros no cartão que apresenta os candidatos e por usar números desatualizados em relação a representatividade da população.

Apesar disso, os levantamentos realizados pelos mais diversos institutos foram utilizados de maneira frequente pelos candidatos para demonstrar força política, principalmente nas redes sociais, principal local para a comunicação de campanha.

Aliás, a comunicação foi outro ponto de batalhas jurídicas, principalmente levando em conta os materiais que também traziam a imagem de apoiadores. Qualquer mínima irregularidade vista era motivo para ações que buscavam retirar tais materiais das ruas. Nas redes sociais, houve muita reclamação sobre a retirada de publicidade de alguns candidatos e confronto entre militantes que utilizavam seus carros de som para chamar a atenção.

E as batalhas jurídicas ainda seguem influenciando na eleição, principalmente em três cidades. Em Mauá, Atila Jacomussi (União Brasil) chega ao dia da votação sem a resolução se seus votos serão válidos ou não. Apesar do relatório do recurso do candidato indicar um voto positivo para o ex-prefeito, neste domingo (06/10), os votos ainda serão considerados nulos até uma resolução.

Em Ribeirão Pires, Guto Volpi (PL) segue sendo alvo de ações que buscam invalidar sua candidatura levando em conta que o prefeito é parente direto de seu antecessor, Clovis Volpi (PL). Tal fato foi alvo de ações na eleição suplementar de 2022. E em Diadema, a coligação do prefeito José de Filippi Jr. (PT), acusa Taka Yamauchi (MDB) de abuso de poder econômico por não relatar gastos de campanha, apesar da forte distribuição de materiais na cidade.

Polarizações e provocações

Cada cidade teve sua particularidade em relação aos candidatos mais visados. Em Diadema, enquanto Filippi acusava Taka de ser contra a construção de um novo hospital, o oposicionista focou suas críticas a cobrança da taxa do lixo na conta da Sabesp. Em Mauá, a campanha foi protagonizada por uma espécie de “terceiro turno” entre Atila e Marcelo Oliveira (PT), com diversas provocações.

Em Ribeirão Pires, o cenário foi o mesmo da eleição suplementar, uma polarização entre Guto Volpi e Gabriel Roncon (PP). Em Rio Grande da Serra aconteceram duas situações distintas. A primeira foi a disputa entre Akira Auriani (PSB) e Marcelo Akira (Podemos), principalmente pela semelhança do nome. A segunda foi entre Auriani e a prefeita Penha Fumagalli (PSD), trocando farpas sobre os mais diversos assuntos.

Em Santo André, São Bernardo e São Caetano houve um foco maior de críticas contra os candidatos que representam os atuais prefeitos. No cenário andreense, Gilvan Júnior (PSDB) foi o principal alvo de críticas. Entre os sul-sancaetanenses, Tite Campanella (PL) também seguiu como o principal criticado.

No caso são-bernardense, Flávia Morando (União Brasil) foi alvo, mas a disputa na cidade foi dividida entre aqueles que defendem a sua participação na gestão de Orlando Morando, no caso, Alex Manente (Cidadania) e Marcelo Lima (Podemos), e os contrários Luiz Fernando (PT) e Cláudio Donizete (PSTU).

Federal

Apesar da participação, de longe, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a influência da polarização nacional foi baixa nesta eleição. Os petistas foram aqueles que mais se utilizaram deste cenário. Porém, os debates municipais tomaram conta do processo que terá sua primeira parte finalizada neste domingo.