
Uma das prioridades dos novos prefeitos eleitos deveria a de reforçar as ações de preservação do meio ambiente, com incentivos à reciclagem e economia circular. O Instituto Nacional de Reciclagem (Inesfa), órgão de classe que representa mais de 5,5 mil empresas que praticam a economia circular, reinserem insumos no ciclo da transformação, defende um trabalho mais intenso dos prefeitos, de todo o Brasil, de forma ao reaproveitamento de insumos recicláveis, evitando, com isso, descarte irregular em lixões e aterros.
Ainda se faz muito pouco nos municípios em favor da reciclagem, segundo o Instituto. “É preciso que os novos prefeitos aumentem os investimentos em tecnologias e melhorem a coleta seletiva”, afirma Clineu Alvarenga, presidente do Inesfa. “Além de contribuir para preservar o meio ambiente, uma política de reciclagem adequada trará renda adicional às prefeituras”, acrescenta.
Atualmente, conforme o Inesfa, a coleta seletiva só contempla materiais como latas de alumínio, embalagens, plásticos e papel. “As chapas de aço voltadas para reciclagem, por exemplo, representam apenas 3% do material reciclado”, diz Alvarenga. O plástico, um dos materiais mais complexos no processo de reciclagem, acaba sendo pouco aproveitado, porque traz pouca renda ao catador e cooperativas e tem como destino lixões e oceanos.
Segundo o Sistema Nacional de Informações de Saneamento (Snis), 1.593 cidades ainda usam lixões. Algumas têm mais de um. Além disso, cerca de 40% de todos os resíduos no País têm destinação irregular, e quase 25% dos lares brasileiros não contam com serviço de coleta regular. O índice médio de reciclagem no Brasil, que deveria ser de 14% neste ano pela meta do plano aprovado em 2010, ainda está longe de chegar a esse percentual.
Para o Inesfa, as prefeituras precisam investir em centros de triagem e usinas de geração de energia a partir do plástico, modelo muito utilizado em outros países. Para Alvarenga, não é suficiente deixar esse papel apenas com as cooperativas. A entidade defende ainda uma campanha de educação maior e permanente da população, em igrejas, escolas e ginásios, mostrar a importância da reciclagem para o planeta.