Promover brincadeiras, visitas e acolhimento em instituições de saúde e comunidades faz parte da rotina dos grupos de palhaços formados por estudantes de Medicina da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul). Ativos nos campi de São Caetano, São Paulo (Bela Vista) e Itapetininga, os projetos transformam vidas e oferecem olhar humano para a prática médica, impactando pacientes, familiares e os próprios alunos.
Em entrevista ao RDtv, a bióloga Marta Marcondes, coordenadora do Projeto IPH/USCS e do grupo Mais que Alegria, explica que a iniciativa nasceu em 2015, inspirada no trabalho dos Doutores da Alegria, mas com abordagem própria, voltada para integrar estudantes de Medicina ao universo do acolhimento humanizado. “Nosso trabalho é mais do que brincadeiras. É sobre levar conforto e respeitar o momento de cada pessoa que encontramos”, diz a docente, destacando o impacto positivo das ações tanto para os atendidos quanto para os alunos.
Para integrar os grupos, os estudantes passam por um processo de capacitação que aborda técnicas de atuação, além de habilidades como escuta ativa, empatia e abordagem adequada em diferentes cenários. O Mais Que Alegria, grupo mais antigo da USCS, já capacitou mais de 200 alunos e conta atualmente com 32 palhaços em atividade, realizando ações em hospitais e instituições do ABC.
“Os treinamentos incluem desde oratória e maquiagem leve até como interagir com pacientes em situações delicadas, como idosos e crianças hospitalizadas”, explica Marta. Além das aulas, estudantes recebem supervisão contínua de docentes e profissionais de saúde.
As ações do Mais Que Alegria incluem visitas regulares ao Lar Nossa Senhora das Mercedes, em São Caetano, e eventos especiais, como a celebração da Páscoa na ONG Mamãe Clory, em São Bernardo, que reuniu cerca de 200 crianças para brincadeiras e distribuição de doces.
No campus Bela Vista, o grupo Bela Alegria realiza estágios em um hospital municipal de São Paulo, atuando em alas pediátricas, psiquiátricas e paliativas, além de promover ações sociais em paróquias e instituições para idosos. Já o grupo Itapalhaços, em Itapetininga, conta com nove integrantes e planeja ampliar suas atividades, incluindo visitas a lares de idosos e organizações infantis. Apesar de recente, o projeto já realiza eventos de impacto, como a recepção de calouros e celebrações do Dia das Crianças.
Para Marta, o projeto representa um aprendizado contínuo, que fortalece a humanização no cuidado à saúde, com acolhimento e alegria a quem mais precisa. “Ser palhaço é sobre entreter e criar conexões genuínas, transformar a dor em algo mais leve e abrir espaço para momentos de alegria. Isso não só impacta os pacientes, mas transforma a maneira como os alunos enxergam a Medicina e a vida”.