ABC - segunda-feira , 21 de abril de 2025

MP-SP receberá denúncia de nepotismo no governo Taka, diz presidente do Legislativo

Presidente da Câmara, Rodrigo Capel (à direita) afirma que o prefeito Taka Yamauchi dobra aposta ao negar casos de nepotismo (Foto: Bruno Coelho)

Com 14 assinaturas, a Câmara de Diadema aprovou, nesta quinta-feira (20), o requerimento apontando três casos de nepotismo no governo do prefeito Taka Yamauchi (MDB), que nega tal existência. Segundo o presidente do Legislativo, Rodrigo Capel (PSD), o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) será acionado para também participar das investigações, escancarando ainda mais o racha entre o governo e o G10 – grupo de vereadores independentes.

O documento analisado em plenário cita casos de parentes e casais que estão no quadro de comissionados na gestão do emedebista. Entre eles, consta a ex-vereadora Cida Ferreira (Progressistas), nomeada como coordenadora de Políticas para as Mulheres, enquanto o próprio genro, José Eduardo Rosário dos Santos, é o diretor do Departamento de Trânsito.

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Por meio de suas portarias, também são mencionados na redação Jean Sales (Solidariedade), assistente de secretaria na Pasta de Habitação, e Izaina Bezerra de Oliveira, coordenadora de Políticas de Juventude, ambos com união estável. E foi incluído no documento o secretário de Governo, Marcos Michels, que assinou a função gratificada para a própria esposa e professora concursada, Tati Ramos (MDB).

Segundo Capel, o requerimento chega nesta sexta-feira (21) à mesa de Taka, que então passa a ter 15 dias, prorrogáveis por igual período, para prestar os esclarecimentos solicitados pelo Parlamento, conforme normas previstas na Lei Orgânica Municipal. Até o momento, não houve gestos do governo com o G10 para esclarecer os apontamentos, evidenciando ainda mais a distância entre as partes.

“São casos de nepotismo, de fato, em especial do próprio secretário e ordenador da despesa (Marcos Michels) fazendo a nomeação da FG (função gratificada) para esposa (Tati Ramos). Mas eles (governo) optaram por fazer uma declaração pública, negando, e por isso que, então, após a leitura do requerimento, para desempatar essa questão, pedi o encaminhamento ao Ministério Público”, pontuou o presidente.

Capel prosseguiu afirmando que esperava, por parte do governo, as exonerações de parentes no Paço, o que não ocorreu. Ao contrário, a gestão Taka negou, em nota, relação das nomeações à prática de nepotismo. “Nos governos anteriores, houve denúncias de nepotismo e imediatamente tomaram a decisão de exonerar os parentes que estavam ali, mas inesperadamente, novamente esse governo toma uma postura equivocada de dobrar a aposta”, disse.

Líder de governo, Juninho do Chicão (Progressistas), minimizou a pressão gerada pelas denúncias de nepotismo por parte do G10. “Acho que o requerimento é legítimo, todos os vereadores têm a sua autonomia, e o governo está recebendo isso com muita tranquilidade, e vai responder, porque prega pela legalidade. E se houver ilegalidade, será sanado e abrirá uma sindicância, para ver casos dessa administração e da outra (do ex-prefeito José de Filippi Júnior, PT)”, enfatizou.

Requerimento ganha adesão do PT, menos um…

Como esperado, a bancada do PT assinou o requerimento montado pelos 10 vereadores desgarrados ao governo Taka, ou quase, visto que Jeferson Leite, petista bem próximo do prefeito, não pôs o seu nome no documento. “Não houve nenhuma discussão na bancada. Não pode uma pessoa só (a líder de bancada, Patty Ferreira) decidir de última hora sem conversar com os outros. É preciso alinhar”, justificou.

Josa classificou as quatro rubricas da ala petista como um sinal de coerência e não escondeu a discordância com Leite. “A partir do momento que se pede um encaminhamento por parte da líder da bancada, ao orientar os integrantes para votar favorável, entendo que é a vontade da maioria, e não da minoria. Iremos evidentemente debater essa questão na semana que vem, dentro do nosso grupo”, contrapôs o petista.

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