
O documentário “Punks do ABC”, dirigido por Jairo Costa e produzido por Izabel Bueno, da Estranhos Atratores Filmes, terá pré-estreia gratuita neste sábado (12/04), a partir das 19h, no Cine Teatro Carlos Gomes (rua Senador Fláquer 110, Centro), em Santo André.
Com duração de 1h30min, o filme financiado com recursos da Lei Paulo Gustavo traz histórias pouco conhecidas do movimento punk e da cena underground do subúrbio operário, além de farto arquivo histórico inédito, contendo cartazes, fanzines, fotos, fitas K7 e gravações em videotape.
“De certa forma começamos a fazer este filme na década de 1990, quando captamos as primeiras imagens do movimento punk no ABC, usando uma câmera VHS”, conta Jairo Costa, que é pesquisador, jornalista e autor de livros como “Ópera Punk” (com coautoria de Izabel Bueno), “Paranapiacaba lendas e mitos” e dos filmes “Fogo nas Caldeiras” e “O Pau da Missa”.
“Em 2021 iniciamos as gravações das entrevistas que se estenderam até janeiro de 2025. Ouvimos dezenas de punks, desde os pioneiros, como o Barata da banda ‘DZK’, Mao dos ‘Garotos Podres’, Buba e Marcelo Magrão da ‘Corte Marcial’, até as bandas contemporâneas como ‘Sentimento Carpete’ e ‘Krias de Kafka’, além de ouvir os jovens da nova geração punk da região, que estão na faixa dos 20 anos de idade”, declara Costa.
O documentário revisita os últimos 150 anos da história política e social do ABC: a chegada dos imigrantes anarquistas espanhóis, portugueses, italianos e alemães à região no final do século XIX, o surgimento dos primeiros sindicatos e o fatídico assassinato de Constantino Castellani, considerado o primeiro punk do ABC. Aborda ainda a resistência à ditadura militar, o surgimento do movimento punk em 1977, passando pelas grandes greves metalúrgicas de 1979/1980, os conflitos entre Punks do ABC × Punks de São Paulo na década de 1980, o enfrentamento aos grupos neonazistas na região, a realização da “Ópera Punk” em 1998, as jornadas de junho de 2013 até os dias atuais.
“Muito já se falou sobre o Punk no Brasil, principalmente sobre a cena de São Paulo, capital, mas quase não existe material audiovisual abordando o movimento em nossa região. Chegou a hora de contarmos a história dos furiosos, periféricos e esquecidos Punks do ABC para o mundo”, conclui Jairo Costa.