
A morte das jovens Isabela Priel Regis e Isabelli Helena de Lima Costa, ambas de 18 anos, que foram atropeladas na avenida Goiás, em São Caetano, por volta das 23h desta quarta-feira (09/4), é mais um capítulo da triste estatística dos acidentes fatais no trânsito da região. Os números têm revelado que os motociclistas são os que mais morrem nas ruas e avenidas da região, porém a morte de pedestres tem crescido, e os atropelamentos já são a segunda causa de óbitos no trânsito da região. O número de atropelamentos com morte dobrou do ano passado para cá.
Eram 22h56 minutos quando as jovens atravessam a avenida Goiás, no cruzamento com a rua Dr. Augusto de Toledo, no bairro Santa Paula. Apesar do horário, o local é muito movimentado, por conta dos estabelecimentos comerciais e colégios e universidade próximos. As duas jovens, vendo que o semáforo já estava prestes a fechar para os carros e havia poucos veículos à vista, atravessaram na faixa de pedestres quando foram violentamente atingidas por um Honda Civic. As duas foram arremessadas por mais de 50 metros.
O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da Prefeitura de São Caetano, tem imagens do acidente e do impacto do veículo contra as duas pedestres, que foi muito violento. As duas foram socorridas, mas não resistiram aos ferimentos. O estado do veículo com capô para-choque, para-brisas e até o teto destruídos, mostra a violência da batida o que sugere que o motorista estava em alta velocidade, mais do que os 60km/h permitidos na avenida Goiás.

O motorista Brendo Santos Sampaio, de 26 anos, foi preso em flagrante por homicídio e, após audiência de custódia. O flagrante foi convertido em prisão preventiva, portanto deve permanecer preso até o julgamento. O advogado Francisco Ferreira, que representa Brendo, disse em entrevista à Rede Globo que seu cliente afirma ter passado no farol verde. “Ele não se atentou que pessoas atravessavam na faixa de pedestre e veio a colisão. Ele fala que estava entre 60km/h e 70km/h, mas não consegue dizer com certeza a velocidade real do veículo”, resumiu o represente do acusado.
Inseparáveis
“Elas estavam juntas, eram amigas inseparáveis. Elas estudaram o ensino médio juntas e morreram juntas. Elas iam começar a trabalhar, a Isabelli ia ia começar segunda-feira e não deu tempo; saíram para comemorar e estavam voltando para casa”, contou Claudilene Helena de Lima, mãe de Isabelli, na saída da Delegacia Sede de São Caetano onde o caso foi registrado.
O pai de Isabela, Marcos Antonio dos Santos Regis, disse que as jovens moram muito perto do local do acidente, há dois quarteirões. “Elas moravam a dois quarteirões do local do acidente, uma rua super iluminada, super espaçosa, que tem velocidade de até 60km/h então provavelmente o motorista estava mais rápido do que deveria, provavelmente estava distraído e não chegou nem a ver, ele nem diminuiu, passou como se não tivesse ninguém na frente, como a gente vê nas imagens”, declarou o pai à emissora de Tv.
Número de atropelamentos dobraram
O número de atropelamentos com morte registrados no ABC dobrou se comparados os dois primeiros meses deste ano com o mesmo período do ano passado. O Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo) mostra que o primeiro bimestre do ano passado 26 pessoas morreram em acidentes de trânsito na região, sendo que seis destes óbitos foram de pedestres e 14 foram de motociclistas. Já nos dois meses iniciais deste ano foram 35 vítimas fatais no sistema viário da região, sendo que 12 eram pedestres e os motociclistas foram 16 casos. Portanto, no comparativo dos bimestres iniciais de cada ano, o número de pedestres mortos a região dobrou.
A violência do trânsito na região seguiu na madrugada desta quinta-feira (10/04). Quase na mesma hora em que aconteceu o acidente em São Caetano, outra morte foi registrada no trânsito da região. Um homem de cerca de 50 anos morreu quando o carro em que estava capotou na rua Ana Maria, no bairro Montanhão, em São Bernardo. Os bombeiros e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) tentaram reanimar o homem que estavam em parada cardiorrespiratória, mas a manobra não teve sucesso e morreu no local.
Por volta da 1h da manhã, ou seja, duas horas após o atropelamento fatal das duas jovens em São Caetano, outro homem, de 50 anos também foi atropelado na rua do Oratório, em Mauá. Com ferimentos em ambos os pés, ele foi socorrido ao CHMSA (Centro Hospitalar Municipal de Santo André).