
Mais de 200 profissionais se reuniram em São Bernardo nos dias 11 e 12 de abril focados na construção de alternativas para os desafios urbanos e regionais. Promovido pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP), o Fórum de Políticas Públicas e o Congresso Regional de Profissionais (CRP) atraíram o público à cidade do ABC paulista, promovendo debates e a elaboração de propostas que destacam o papel da Engenharia, Agronomia, Geociências, Tecnologia e Design de Interiores no desenvolvimento socioeconômico.
Na sexta-feira (11/04), o Fórum de Políticas Públicas abriu a agenda com o objetivo de, assim como na edição itinerante de 2024, conectar especialistas e gestores públicos. O reflexo desse tipo de iniciativa pode ser observado no Brasil e no mundo, em ações geradoras de crescimento com planejamento, como mencionou o presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), engenheiro Vinicius Marchese, em participação remota diretamente de Lima, no Peru. “Aqui, o governo está investindo em infraestrutura, com o porto de Chancay, que será entregue em 20 anos. Precisamos direcionar nossos esforços e conhecimento para o poder público, pois é o único caminho para o desenvolvimento”, afirmou.
Prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima (Podemos) falou sobre a colaboração também entre municípios. “Não dá mais para cada prefeito pensar apenas no seu território. É preciso enxergar a regionalidade. Um problema que hoje impacta Santo André pode ter começado em São Bernardo. Não dá para falar de saneamento, mobilidade ou qualquer grande obra sem trabalhar em conjunto”. O encontro pautou ainda a possibilidade de um termo de cooperação são-bernardense com o Conselho.
Na sequência, uma roda de conversa tratou de planejamento e execução de projetos, mediada pelo professor e advogado Wilson Levy e com participação do arquiteto urbanista Fernando Chucre, especialista em Urbanismo e ex-secretário de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de São Paulo; do doutor em Direito do Estado Rafael Issa, assessor técnico do gabinete do conselheiro Dimas Ramalho do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP); e do engenheiro André Marzolla, secretário de Obras de São Bernardo do Campo.
“É necessário integrar o poder público, a sociedade civil e o Crea-SP para criar soluções que transformem os locais e melhorem a experiência da população”, defendeu Chucre. Para Issa, a parceria deve incluir ainda o mercado. “Estamos observando um aumento na participação da iniciativa privada, especialmente no que diz respeito ao marco regulatório, e esse alinhamento é essencial para garantir a efetividade e a qualidade dos serviços entregues à população”.
O CRP aconteceu no sábado (12/4) e teve como foco a construção de diretrizes sobre os eixos temáticos definidos pelo Confea para o ciclo de 2025 do Congresso. Acessibilidade e mobilidade urbana; saneamento básico; engenharia pública; qualidade ambiental e desenvolvimento sustentável energético foram os pontos centrais da primeira etapa paulista. “O Congresso é fundamental para o nosso reconhecimento. Temos que levar soluções técnicas para os desafios que conseguimos enxergar”, afirmou a presidente do Conselho, engenheira Lígia Mackey.
Os participantes foram divididos em grupos de acordo com os assuntos. Cada time contou com a presença de um especialista que apresentou cenários e instruiu a formulação de iniciativas. É dessa forma que são definidas as agendas que nortearão as ações do Confea, influenciando políticas públicas e legislações. Quando apresentadas, as ideias são acolhidas pela Comissão Organizadora Regional (COR) e selecionadas para compor uma votação no Congresso Estadual de Profissionais (CEP). As que forem aprovadas avançam para o Congresso Nacional de Profissionais (CNP).
“Ninguém melhor do que nós para orientar e dar o norte para o desenvolvimento dos nossos municípios, já que tudo passa pela Engenharia”, defendeu o coordenador da COR, engenheiro Alexander Ramos. A engenheira Natália Oliveira, que acompanhou a sala de engenharia pública, participou pelo segundo ano em um CRP e complementou. “É uma maneira mais efetiva de apresentarmos nossas opiniões. Podemos falar diretamente e, com isso, obter resultados ainda mais concretos”.
A votação dos delegados regionais que levarão as sugestões para o CEP e representarão São Paulo no CNP fechou o dia. Foram escolhidos 14, entre aqueles com mandato – conselheiros titulares e suplentes e inspetores do Crea-SP -, e sem mandato – profissionais registrados no Conselho e em dia com suas obrigações. Inspetora da autarquia pelo município de Santo André, a engenheira Priscila Bezerra recebeu o maior número de votos entre os representantes com mandato. “Tenho muita energia para lutar pelos projetos em que acredito e trazer melhorias reais para o nosso setor. Pela vivência no dia a dia, sabemos o que precisa mudar, e, poder representar São Paulo, levando essas ideias que foram debatidas, é fantástico”.
Ao todo, as etapas regionais do Congresso elegerão 44 delegados paulistas. Além de Priscila, os demais eleitos foram: engenheiro Rui Adriano Alves e engenheiro José Antonio dos Santos, entre os representantes com mandato. tecnólogo Pedro Alves de Souza Júnior; engenheira Jéssica Werber Godoy; engenheiro Arthur Ferreira; engenheira Lissandra Palheta Cordeiro; engenheira agrônoma Francisca Ramos de Queiroz; engenheiro Elias Cesar da Silva; engenheiro Ronald França Ribeiro; engenheira Mônica da Cunha Soares; engenheiro Dirceu da Silva Lima; engenheiro Flávio Martins de Oliveira; e geólogo Marcelo Rodrigues da Motta, sem mandato.
Os próximos CRPs estão previstos para os dias 23 e 24 de maio, em Presidente Prudente; 6 e 7 de junho, em Barretos; e 4 e 5 de julho, em Botucatu, encerrando o ciclo regional. O CEP, por sua vez, acontece em 15 e 16 de agosto, e o CNP em 10 e 11 de outubro.