Popularmente conhecida como pressão alta, a hipertensão arterial ganha cada vez mais atenção no Brasil e no mundo. Neste sábado (26/04), é celebrado o Dia Nacional de Combate à Hipertensão, uma data que reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce dessa condição silenciosa e potencialmente fatal.
Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 32% da população adulta brasileira é hipertensa — o equivalente a mais de 38 milhões de pessoas. Entre os idosos, esse número chega a 60%. O dado mais alarmante, no entanto, é que muitas pessoas convivem com a doença sem saber.
Em escala global, a situação também preocupa: mais de 1,3 bilhão de pessoas vivem com hipertensão no mundo, e a condição é responsável por cerca de 10 milhões de mortes ao ano, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em entrevista ao RDtv nesta sexta-feira (25/04), o cardiologista Rodrigo Sultani, do Hospital e Maternidade Brasil, explica como a hipertensão afeta o organismo. “A hipertensão ocorre quando, por mecanismos neuro-hormonais, o coração precisa se esforçar mais para bombear o sangue para os órgãos”, afirma o médico.
A doença é caracterizada por níveis constantemente elevados de pressão arterial — geralmente acima de 140 por 90 mmHg — e, muitas vezes, não apresenta sintomas. Por isso, é conhecida como uma “assassina silenciosa”. Sem tratamento adequado, pode provocar complicações graves, como infarto, AVC, insuficiência cardíaca, doença renal crônica e até cegueira.
Fator genético pode contribuir
Um dos fatores que devem ser observados com cautela é a condição genética. Segundo o especialista, casos de hipertensão arterial na família podem contribuir para o desenvolvimento da doença. No entanto, este não é o único fator — o estilo de vida também exerce forte influência. Alimentação rica em sal e gordura, sedentarismo, obesidade, tabagismo, consumo excessivo de álcool e estresse estão entre os principais vilões.
“Parentes de primeiro grau, pais e irmãos, sendo hipertensos, agregam risco de você desenvolver hipertensão, sim. Outro risco considerável é a hipertensão gestacional. Se a gestante desenvolve doença hipertensiva durante esse período, ela tem mais chance de desenvolver a doença a longo prazo”, explica.
Sintomas
Diferentemente de outras condições, a hipertensão arterial é conhecida por ser uma condição silenciosa. Apesar desse paradigma, existem alguns sintomas que devem, sim, ser observados, como: dor de cabeça frequente, tontura, falta de ar, visão embaçada e dor no peito. Contudo, Rodrigo alerta que é preciso ter cautela diante desses sintomas e não criar um diagnóstico sem auxílio médico.
“Quando nós estamos sentindo algum desconforto, seja uma dor ou um mal-estar, nosso corpo reage, e você acaba se sentindo mal. Isso, por si só, já é responsável por elevar a pressão. Por isso, é importante que se tome cuidado para não fazer um diagnóstico nesses momentos de sintoma exacerbado”, explica.
Rodrigo aconselha que, antes de qualquer medida, procure um médico especialista.
Controle e prevenção
O controle da hipertensão é possível e, em muitos casos, não exige medicação imediata. A adoção de hábitos saudáveis costuma ser suficiente nos estágios iniciais da doença. No entanto, para casos mais graves, o uso contínuo de medicamentos é essencial.
Outro ponto crucial é o diagnóstico. A recomendação é que a pressão arterial seja medida ao menos uma vez por ano, principalmente após os 40 anos ou em pessoas com histórico familiar da doença.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento gratuito para diagnóstico, acompanhamento e tratamento da hipertensão. Além disso, disponibiliza medicamentos por meio do programa Farmácia Popular, que fornece remédios gratuitamente ou com descontos significativos.