
Segundo o registro do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP), o carro oficial do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), registrou em 10 meses R$ 33.395,31 em multas. Além disso, o licenciamento de 2015 do veículo está atrasado. Oposicionistas fizeram duras críticas ao chefe do Paço. Executivo admite o problema, mas contesta as infrações registradas. A denúncia foi realizada durante a sessão da Câmara, nesta quinta-feira (25).
A reportagem do RD teve acesso ao registro do veículo. O Toyota/Corolla, modelo XEI 2.0 Flex, ano 2012, placa EHE-7888, tem 65 multas registradas. Três infrações são as mais recorrentes: Transitar na Faixa / Pista exclusiva para a circulação do transporte público; Dirigir acima da velocidade máxima permitida; e Multas por não identificação do condutor. As multas vão de R$ 53,20 até R$ 2.426,10.
As ocorrências aconteceram entre novembro de 2014 e agosto de 2015. Em relação ao licenciamento, o status registrado no site do Detran é “em atraso (licenciamento 2015 venceu em 31/10/2015)”. No site da Secretaria Estadual da Fazenda, existe um registro para o pagamento do seguro DPVAT, referente ao ano passado, no valor de R$ 105,25.
Questionada sobre o assunto, a Prefeitura emitiu uma nota oficial onde admitiu as infrações, mas apenas justificou as multas por transitar em faixas exclusivas de ônibus. “A Assessoria de Imprensa informa que o carro de placas EHE-7888 tem autorização para trafegar pelo corredor metropolitano (calha de trólebus). Apesar desta autorização, o veículo foi indevidamente autuado motivo pelo qual as multas estão sendo recorridas. Como até a data de licenciamento não houve retorno do processo não foi possível regularizar a documentação até a presente data”.
A faixa metropolitana de trólebus envolve as cidades de Mauá, Santo André, São Bernardo, Diadema e São Paulo. Sendo que para a capital, as linhas seguem até o Morumbi e o Jabaquara, bairro da zona sul paulistana. Porém, uma das infrações por transitar em faixa de ônibus aconteceu na Avenida Paulista, onde as faixas são exclusivas do transporte público da capital. Segundo os documentos que a reportagem teve acesso, o registro aconteceu no dia 10 de abril de 2015 e o valor foi de R$ 53,20.
Críticas
O vereador Wagner Feitosa, o Vaguinho do Conselho (PRB), entrou com um requerimento de informações questionando o Executivo sobre os valores de licenciamento nos últimos anos. “Também quero saber quem vai pagar essas multas. Isso é um absurdo. Quem tem que pagar? O que eu sei é que não é a população, o contribuinte que tem que fazer isso”, disse o legislador na tribuna.
A bancada petista demonstrou indignação com o caso. “Quando existe alguma multa aqui na Câmara quem paga é o vereador, o assessor. Agora quem tem que pagar essas multas é o prefeito. Temos que exigir isso”, esbravejou Josa Queiroz (PT). Pego de surpresa, o líder de governo, Atevaldo Leitão (PSDB), tentou botar panos quentes na situação. “Quem disse que isso não aconteceu antes? Quem nunca errou que atire a primeira pedra”, disse.