
Uma solução pouco usada no Brasil para se livrar da alta conta de luz é a instalação de placas fotovoltaicas para produção própria de energia elétrica. Apesar do custo inicial alto, o investimento vale a pena porque pode ser recuperado em até oito anos, enquanto as placas têm durabilidade de pelo menos 25 anos. A economia fica em torno de 90% e os sustos com a fatura da concessionária local passam a fazer parte do passado.
O sistema fotovoltaico capta energia solar e a transforma em energia elétrica. Sua aplicação foi regulamentada por meio da Resolução 482/212, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Como as placas só produzem energia quando há sol, há duas soluções para ter energia à noite ou em dias nublados. Interligar o sistema à rede pública ou implantar um sistema de baterias.
“A vantagem da bateria é ficar independente da distribuidora de energia elétrica. Mas as baterias custam caro, cerca de R$ 1,2 mil a unidade, e têm vida útil de três a quatro anos. Ao ligar à rede, a manutenção do sistema é quase inexistente, mas a concessionária cobra uma taxa de manutenção”, explica Paulo Mandelli, diretor da Multitech Ecosystems, em Santo André, especializada em projetos e instalação de placas fotovoltaicas.
Para implantar um sistema que garante 300 Kh/mês, é necessário investimento em torno de R$ 23 mil. O preço envolve projeto, peças, instalação e liberação junto à concessionária. A burocracia faz o processo demorar até três meses, mas a instalação demora apenas três dias sem a necessidade de quebrar paredes.
Além das placas, é necessário um aparelho chamado inversor, que transforma a corrente contínua em corrente alternada para uso geral, e de um relógio bidirecional. “O relógio marca a quantidade de energia produzida e enviada para a rede pública. À noite, os moradores passam a usar energia da rede pública. Aí o relógio marca no sentido inverso, descontando do excedente enviado à rede durante o dia”, explica Mandelli.
Baterias
O professor de Engenharia Elétrica do Centro Universitário FEI, Mario Kawano, prefere usar o sistema de baterias a pagar uma taxa de manutenção à distrbuidora. Kawano instalou por conta própria um sistema de energia fotovoltaica em sua casa, em São Bernardo, capaz de gerar entre 150 KW/h e 250 KW/h por mês conforme a incidência de luz solar. “Dei preferência às baterias porque não acho justo produzir energia e ainda pagar taxa para a distribuidora. Guardo, todo mês, R$ 60 para a troca de baterias. Se interligasse à concessionária eu pagaria R$ 52 de manutenção, mensalmente”.
Kawano diz que a instalação de placas fotovoltaicas é vantajosa. Há poucas no Brasil porque as pessoas se prendem ao custo inicial. “Mas com o valor mensal da conta de luz dá para custear o financiamento para colocar essas placas”, diz.