ABC - sexta-feira , 25 de abril de 2025

Ivan Valente diz esperar que Jucá não só seja afastado do governo como preso

Ivan valenteO líder do PSOL na Câmara, deputado Ivan Valente (SP), disse na tarde desta segunda-feira, 23, esperar que o ministro do Planejamento, Romero Jucá, não só seja afastado do governo como preso. Para o parlamentar, o tom da conversa entre o peemedebista e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, evidencia uma tentativa de acelerar o impeachment da presidente Dilma Rousseff e abafar o andamento da Operação Lava Jato, principalmente os alvos do PSDB e PMDB.

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo revelou nesta segunda que, em uma conversa com o ex-presidente da Transpetro, Jucá sugere a existência de um pacto para obstruir a operação Lava Jato e diz que é preciso “estancar a sangria”. O PSOL decidiu protocolar nesta tarde uma representação junto à Procuradoria Geral da República (PGR) com pedido de prisão preventiva por atrapalhar as investigações da Justiça.

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Valente (foto) disse que o conteúdo da gravação é uma “verdadeira bomba atômica”, que mostra que toda a cúpula do PMDB e possivelmente o PSDB do senador Aécio Neves (MG) “têm muito a prestar contas à sociedade”. O líder do PSOL acredita que é o caso de se fazer uma analogia com o ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), preso por tentativa de obstrução à Justiça.

A expectativa do líder é que o Supremo Tribunal Federal (STF) dê uma resposta à altura porque Jucá também mencionou ministros da Corte. “Isso deve irritar muito os ministros do STF. Eles são os fiadores da Lava Jato”, declarou.

O deputado ressaltou que a “sangria” ao qual se referiu Jucá é, na verdade, a sangria política provocada pelo vazamento da gravação e que os argumentos apresentados por Jucá são frágeis. Valente afirmou que a cúpula do poder que se instalou no governo tem “podridão grande”, o que será uma decepção para quem apostou que a corrupção acabaria com o impeachment de Dilma.

O líder do PSOL disse que o próprio presidente em exercício Michel Temer deve estar com “muito medo” dos desdobramentos do vazamento, já que Jucá virou um articulador do “golpe” e alguém “poderoso na política econômica”. Ele considera que a partir de agora vai crescer o “fora Temer”.

A gravação, disse Valente, mostra toda a “ilegitimidade” política do governo Temer. “As gravações mostraram que todo o processo de impeachment foi contaminado por articulações pretendendo livrar da Lava Jato a cúpula do PMDB e do PSDB”, concluiu. Ele enfatizou que o processo de impeachment de Dilma ainda está em andamento no Senado e as revelações devem gerar pressão da sociedade civil sobre o Parlamento.

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