
A liminar que obriga a Câmara de São Bernardo a instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as contas do Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Funcionalismo (Imasf) foi muito comemorada pela Associação dos Usuários do Imasf, liderada por Lúcia Ramacciotti (foto), que não considerava que havia vontade política para que a ação saísse.
“Eles (vereadores) não tinham essa vontade de aprovar essa CPI. É realmente uma vitória para os funcionários. Esperamos que a determinação chegue o mais rápido possível a Mesa Diretora para que se instale e se investigue, pois não podemos esperar mais”, disse a presidente da Associação que estava presente na Câmara nas últimas quatro sessões.
Durante esse período o vereador e autor do pedido de CPI, Pery Cartola (PSDB), tentou emplacar um requerimento para que a Comissão fosse votada em regime de urgência. Para isso eram necessárias 15 assinaturas, algo que foi conquistado apenas uma vez no último mês. Na última tentativa foram 13 assinaturas angariadas. Martins Martins e José Walter Tavares (ambos do PHS) que tinham assinado a primeira lista, não assinaram mais.
Na sessão da última quarta-feira (14), o oposicionista questionou o presidente da Casa, José Luis Ferrarezi (PT), sobre o recebimento da liminar. O petista afirmou que não tinha recebido. Após a sessão, Ferrarezi foi simples ao comentar o fato. “Quando eu receber a liminar eu vou instalar a CPI, pois a justiça determinou assim. Mesmo que entre com um recurso, vamos instalar na sessão seguinte ao recebimento”, explicou.
Tempo
Apesar da comemoração dos funcionários, a CPI corre o risco de ser prejudicada pelas questões eleitorais. A Câmara de São Bernardo tem apenas duas sessões antes do recesso de julho. Caso a instalação e a indicação dos membros da Comissão saia apenas na sessão do dia 29, a investigação passaria a funcionar apenas em agosto, assim competindo com o inicio do período eleitoral, no dia 16 de agosto.
“Sabemos que existe esse risco, sabemos que tem interesse de alguns em não levar isso à frente, mas vamos ficar de olho. Essa CPI é necessária para detalhar o que aconteceu no Imasf, o que aconteceu com as outras diretorias para saber como vamos proceder para voltar a pedir a volta do atendimento de qualidade. Espero que isso (a eleição) não atrapalhe”, concluiu.
Segundo o regimento interno, a CPI pode durar 120 dias prorrogáveis por mias quatro meses – sendo que a prorrogação tem que ser aprovada em plenário. Além da CPI, já existe um pedido de investigação ao Ministério Público (MP).