
Mesmo após ver o veto em relação ao projeto de lei que proíbe a circulação de veículos com tração animal ser derrubado pelo Legislativo, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), nega que tenha qualquer tipo de problema com os vereadores. Para o petista, a proibição que também vale para as áreas rurais da cidade, pode fazer com pessoas ligadas ao segmento fiquem contra os legisladores.
“Não tenho nenhuma irritação com o parlamento. Se derruba veto ou se não derrubam, não tem problema, faz parte da democracia. Ás vezes tem equívocos como o do projeto de proibição da tração animal. Não existe discordância com o poder Executivo, não tem discordância, pois eu estimulei esse projeto. Eles fizeram uma emenda que causou o veto e que muito provavelmente mais à frente terá que ser feita uma nova lei, porque essa lei… Eu tenho área rural na cidade, eu vou proibir tração animal em área rural? Se os vereadores assumem a responsabilidade, provavelmente vão se colocar contra esse seguimento na cidade. Na área urbana, tenho total concordância”, explicou o prefeito.
A proposta foi acordada junto ao Executivo após reuniões entre Marinho, o autor da proposta, Roberto Palhinha (PTdoB), o presidente da Câmara, José Luís Ferrarezi (PT), e a apresentadora e ativista da causa animal, Luisa Mell. No texto original, em seu artigo 5º, o projeto permitia que as carroças pudessem ser utilizadas para o transporte de cargas ou pessoas em áreas rurais da cidade com autorização do Executivo.
Oposicionistas consideraram que a proibição deveria valer para todas as áreas da cidade, baseando-se em reivindicações de grupos ligados a causa animal. Após muitos debates, a proposta foi aprovada com uma emenda supressiva que retirava o artigo 5º do texto. O que depois causou o veto por parte de Marinho.
A negativa do prefeito são-bernardense acabou derrubado durante a última sessão do Legislativo, no dia 29 de junho. Foram 16 votos contra o veto e sete a favor – todos da bancada petista. Ainda não se tem informações de quando será enviado um novo projeto sobre o assunto.
Histórico
Desde o final das eleições de 2014, muitos vereadores deixaram de apoiar Luiz Marinho, o que acabou criando algumas dificuldades. O primeiro a deixar a base foi Antônio Cabrera (PSB) que tinha apoiado as candidaturas de Orlando Morando (PSDB) para deputado estadual e Alex Manente (PPS) para deputado federal.
Em 2015, um grupo de vereadores independentes acabou consolidado. Foi criado o G9, que atualmente é denominado como G8, após a saída de Gilberto França (PMDB), fiel apoiador de Marinho. Outro fato que causou algumas saídas foram as trocas causadas pela eleição desse ano.
Mesmo com as mudanças, nenhum projeto do Executivo foi barrado no Legislativo, pois alguns apoiadores de Morando e Manente estão mantendo o apoio as proposituras como acordado no inicio da Legislatura.