
Publicar seus próprios escritos é o sonho de muitos jovens que são apaixonados por livros.Nem sempre o caminho para lançar um livro com a ajuda de uma editora é fácil. Por isso, muitos escritores do ABC pensam em divulgar suas obras na internet. É o caso de Larissa Piasentin, estudante de Santo André. Como cresceu envolta a literatura, ela sempre escreveu suas próprias histórias e até faz planos: “Já procurei sites para que eu possa publicar meus livros na web. Mas bem que seria bom publicar um de papel”, desabafa.
A web de fato ajudou os futuros escritores. Na plataforma livre Culturaz (http://culturaz.santoandre.sp.gov.br/), os autores do município podem cadastrar suas obras não só literárias, mas também saraus, espetáculos e outras. Uma vez cadastrado, é possível concorrer ao Fundo de Cultura, que ajuda a financiar o projeto.
Autora do livro Ventos de Chuva, Rosana Banharoli foi contemplada em 2011 com o fundo e hoje é coordenadora da Casa da Palavra, no centro de Santo André, onde são feitas oficinas que mostram novas linguagens para novos escritores. A Casa também oferece programação com ferramentas para o desenvolvimento de crítica, com estímulo para a leitura e escrita.
“Oferecemos em nossa programação oficinas de criação literária, com escritores conhecidos e também com acadêmicos […] bate-papos com psicólogos, psicanalistas e filósofos que procuram sempre conectar seus saberes à realidade cotidiana […] Especificamente para os escritores que pretendem publicar, apresentamos mesas com editores comerciais e artísticos”, explica. Entre os programas está a Sacada Literária, uma troca de livros de literatura.
O governo do Estado de São Paulo oferece o Programa de Ação Cultural (ProAC), que financia projetos culturais por meio de incentivos fiscais ou concursos públicos (editais). O programa já contemplou o escritor Reynaldo Damazio, autor do livro de poemas Horas Perplexas, que relata sua jornada no meio literário: “Não existe caminho fácil em literatura, tanto no processo de criação como na posterior divulgação. A facilidade é sempre suspeita. Sempre procuro caminhos próprios e alternativos para publicar meus trabalhos, em zines, plaquetes, camisetas, internet e livro”. Para ter acesso às inscrições de projetos no ProAC, o site é www.cultura.sp.gov.br/.
Seja municipal ou estadual, o caminho para publicar sua própria obra exige mais do escritor do que fatores externos. Boa escrita, muita leitura, troca de conhecimento e dominar o gênero em que se escreve é necessário para se tornar um bom escritor. “O papel das instituições públicas é incentivar a criação, oferecer condições de convívio, discussão e difusão de literatura. O resto fica por conta dos escritores”, afirma Damazio. (Colaborou Tamara Polastre)