
Em meio à escalada da violência, os grupos do Conseg (Coordenadoria Estadual dos Conselhos Comunitários de Segurança), criado em 1985 para discutir e planejar soluções dos problemas de segurança por meio de demandas da Secretaria de Segurança Pública, têm alcançado pontos positivos na região.
Exemplo é o Conseg da região Sudeste de Santo André, que engloba as vilas Pires, Linda, Helena, Jardim Las Vegas, Cristiane e Alvorada. Entre as vitórias registradas no bairro estão a proibição do comércio ilegal próximo ao Clube Aramaçan e o aperfeiçoamento de rondas ostensivas na região.
“Nas reuniões apresentamos resultados, esclarecemos dúvidas e recolhemos novas demandas da população. A antecipação do horário de fechamento do Aramaçan era um pedido antigo dos moradores e conseguimos resolver através da lei do silêncio art.42”, conta a presidente do Conseg Sudeste, Sônia Aparecida de Moura.
O Conseg Sudeste de São Bernardo, ativo desde 2015, também registra retorno em alguns bairros com o projeto Vigilância Solidária e a interação nas redes sociais com a comunidade. Com o programa, cada morador tem um apito, e quando se depara com uma atitude suspeita ou infração, dispara o som para alertar vizinhos e a polícia sobre a infração. “Desta forma, os outros vizinhos também apitam e incomodam o ladrão, a fazer com que ele desista do roubo. A ideia é que ele saiba que está sendo vigiado não só pela polícia, mas pela comunidade”, explica o presidente Hamilton Kawabata.
O dirigente diz que esta foi uma medida simples, mas que tem registrado diminuição nas estatísticas de roubos e furtos em alguns locais de São Bernardo. “Alguns lugares chegam até a zerar os índices de criminalidade, como o Jardim Atlântico. No entanto, ainda há casos esporádicos de roubos que trabalhamos para diminuir”, afirma.
Na diretoria dos Consegs atuam membros das polícias Militar e Civil, representantes da Prefeitura e Conselho Tutelar e a comunidade. “Temos uma faixa de 60 pessoas que participam de cada reunião e isso é essencial já que o efetivo da PM é baixo em relação ao número de habitantes de São Bernardo”, comenta Kawabata.
Outro grupo que marca pontos é o Conseg da Vila Luzita, em Santo André, que conquistou a implantação de uma base comunitária em 2009, com horários pré-determinados na abertura e fechamento do comércio do Largo Vila Luzita para diminuir os índices de roubo na região.
Para os que desejam participar, as reuniões nos grupos do Conseg são mensais e realizadas normalmente à noite no início de cada mês em imóveis de uso comunitário. A agenda é definida para o ano todo e é aberta para consulta – www.conseg.sp.gov.br. Ao todo são 93 unidades do Conseg na Grande São Paulo, porém 55 inativos. (Colaborou Amanda Lemos)