Desmentindo o que foi afirmado há três semanas pelo ex-superintendente do Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Funcionalismo (Imasf), Valdir Miraglia, a atual gestora da entidade, Glória Konno, disse nesta quarta-feira (16), durante depoimento na Câmara de São Bernardo para a CPI que investiga a autarquia que a mesma tinha dívidas. Questionada sobre irregularidades, Glória apenas relembrou o que foi apontado em uma auditoria externa.
Segundo Glória Konno, quando recebeu o comando da autarquia em 17 de setembro de 2015, o Imasf tinha uma dívida de cerca de R$ 8 milhões, situação diferente da que foi retratada por Miraglia na mesma CPI. “Eu não sei o que ele (Miraglia) entende ou não como dívida. Para mim, se tinha algo para pagar e não foi pago, isso para mim é uma dívida”, explicou.
Além disso, a superintendente também apresentou os números de despesas e receitas entre os períodos de 2011 e 2015. O ano mais crítico foi em 2014 quando as despesas chegaram a R$ 132 milhões e a receita foi de R$ 109 milhões, ou seja, um déficit de R$ 23 milhões. Entre as causas relatadas por Glória Konno para o aumento nos gastos foram as mudanças nos contratos com o Instituto Acquá, um dos alvos da investigação dos vereadores. O contrato com o instituto foi encerrado por Glória e foi substituído pela Fundação ABC.

A superintendente do Imasf também relatou uma série de medidas administrativas que tomou para tentar diminuir a dívida da entidade e retomar os serviços de qualidade da autarquia. Além disso, deixou nas mãos dos vereadores uma série de planilhas e levantamentos feitos no último ano para que sejam tomados como base para as investigações.
Ao ser indagada sobre as possíveis irregularidades encontradas na entidade em relação ao período de 2008 e 2015, Glória apenas relembrou parcialmente a auditoria externa feita pela empresa Galloro & Associados. “Parece que foi encontrado um gasto sem nota fiscal, mas não sei dizer sobre isso”.
Em depoimento a CPÌ, Valdir Miraglia afirmou que não tinha deixado dívidas durante sua gestão e que apenas teve que gastar os R$ 60 milhões que recebeu para gerenciar internações e fazer a manutenção de alguns serviços.
Retificação e Convocações
Durante a sessão desta quarta, Miraglia enviou uma série de documentos para retificar alguns pontos de seu depoimento. Além disso, os mesmos relatórios enviados também “reafirmam que não houve irregularidades no Imasf”. Os anexos deixados na Câmara serão analisados pelo departamento jurídico.
Os membros da CPI também aprovaram a convocação do diretor-presidente o Instituo Acquá, Ronaldo Queródia, para a próxima segunda-feira (21), ás 13h05, no plenarinho da Câmara. Além disso, foram aprovadas as convocações de Miriam Melo, diretora financeira do Imasf. De José Ortega, chefe do setor de contabilidade da autarquia. Também foi aprovada a quebra do sigilo fiscal e bancário de Valdir Miráglia e de sua companheira (que não teve o nome revelado).