
Após quatro meses desde sua instauração na Câmara de São Bernardo, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Funcionalismo (Imasf) chegou ao seu final após a aprovação, por unanimidade, do relatório final, nesta quarta-feira (14). O parecer do vereador Julinho Fuzari (PPS) apontou uma estimativa de rombo de R$ 100 milhões e ainda pediu a prisão preventiva do ex-superintendente da autarquia, Valdir Miraglia.
Apesar da demora para a votação motivada pela leitura das 46 páginas do relatório, não houve qualquer tipo de opinião contrária a peça que já tinha passado pelo crivo dos 13 membros da CPI que aprovaram de forma unanime. No plenário, os 26 vereadores votantes – sendo que Índio (PR) não estava no plenário e José Luiz Ferrarezi (PT) não vota, pois é o presidente da Casa, aprovaram o texto.
Entre os principais destaques está a estimativa de rombo de R$ 100 milhões contando a relação de móveis, imóveis e o caixa do Instituto. Além disso, existe o pedido para que a prisão preventiva de Valdir Miraliga, que comandou a autarquia entre 2008 e 2015, seja expedida pela justiça. “Tudo que colocamos no relatório tinha provas, consistência. Fizemos isso em tempo recorde, pois começou em agosto, mas os trabalhos começaram mesmo após as eleições”, afirmou Fuzari. O texto será levado ao Ministério Público ainda neste ano.
Outros vereadores elogiaram o trabalho feito pela Comissão como o presidente da CPI, José Cloves (PT), e o autor do pedido de investigação, Pery Cartola (PSDB). “Queria agradecer o Julinho e o Cloves, pois não era a dupla dos sonhos para comandar a CPI, mas fizeram um grande trabalho e assim conseguimos encontrar alguns dos problemas que estão prejudicando os usuários”, afirmou o tucano.
A presidente da Associação dos Usuários do Imasf, Lúcia Ramacciotti, gostou do resultado, porém considera que é apenas o início para uma mudança real na autarquia. “Foi um primeiro degrau, mas agora vamos cobrar do novo governo para que faça as mudanças necessárias”, explicou.
O ex-vereador Aldo Santos (Psol), lembrou que no começo não existia vontade política para realizar a CPI. “Está Comissão só começou por causa de decisão judicial, isto é uma vergonha para estes vereadores, porém conseguimos apurar uma parte, vamos cobrar para que outras gestões sejam investigadas como a atual gestão do Imasf”, concluiu.
Ao final da votação, parte do grupo de usuários começaram a miar no auditório para ironizar uma fala do vereador José Walter Tavares (PHS), que em determinado momento das manifestações, antes do início da CPI, chegou a chamar os manifestantes de “meia dúzia de gatos pingados”. Outro alvo de reclamações foi o vereador João Batista (PRB) que foi membro da Comissão, mas que abertamente era contra a investigação, afirmando que não daria em nada.