
Funcionárias da Guima Conseco, empresa que presta serviço de limpeza no Centro Hospitalar do Município de Santo André (CHMSA), amanheceram de braços cruzados nesta segunda-feira (24/04). A paralisação envolve 29 funcionárias plantonistas que não concordaram com a suspensão do café da manhã cedido pela Prefeitura.
Um comunicado expedido pela gestão do hospital e distribuído aos encarregados no local informa que o desjejum ficaria suspenso a partir do dia 17 de abril. De acordo com Marcelo Avenino Lagares, diretor do Siemaco ABC (Sindicato dos Trabalhadores de Asseio e Conservação de Limpeza Urbana e Áreas Verdes do Grande ABC), a categoria tem tentado negociar o benefício com a Prefeitura desde a notificação. “Não tem como trabalhar das seis da manhã até as 18h sem tomar café da manhã. Vamos ficar parados até resolver isso”, diz o sindicalista.
As tentativas de negociação fracassaram, já que o desjejum – um pão com manteiga e um copo de café com leite para cada funcionário -, deixou de ser fornecido nesta segunda-feira. “O pior de tudo é que outros terceirizados e os médicos continuam com o benefício e só o pessoal da limpeza que não. Isso é preconceito”, afirma. Roberto Alves, presidente do sindicato, diz que a Prefeitura não forneceu demais esclarecimentos aos empregados sobre .
Guima Conseco
Carlos Guimarães, presidente da Guima Conseco, é contra o protesto. “Não tenho nenhum acordo [sobre café da manhã] com a Prefeitura. Eles têm uma liberalidade com os funcionários, era uma gentileza do governo passado e agora cortaram. Eu não tenho nada a negociar, não tem nada disso incluso no nosso contrato. Fornecemos tíquetes para refeição e alimentação e cumprimos isso rigorosamente. Agora, se eles querem ficar de braços cruzados, vão ficar na casa deles”, afirma o empresário.
De acordo com Guimarães, a empresa atua com mais de 90 funcionários no Centro Hospitalar e não recebe pagamento há mais de um ano pelo fornecimento do serviço. “Eu não recebo da Prefeitura faz um ano e nem por isso atrasei o contrato dos funcionários, porque eles não têm nada a ver com isso. Agora, se eles não pagarem, vou ser obrigado a mandar gente embora”, informa o executivo, que tem um contrato mensal de aproximadamente R$ 300 mil com o município.
Por meio de nota, a Prefeitura de Santo André informou que “a medida foi tomada após revisão dos contratos com as empresas terceirizadas que atuam no CHM (Centro Hospitalar Municipal). A medida (que passou a ser aplicada a todos os terceirizados, não somente aos trabalhadores da Guima Conseco) vai gerar economia de cerca de R$ 10 mil mensais.
Foi identificado que não havia previsão legal que determinasse o oferecimento do desjejum por parte da Prefeitura, uma vez que os funcionários recebem vale-refeição. A Prefeitura repassa o valor para a empresa e esta se responsabiliza pelo pagamento de salários e benefícios aos seus funcionários.
A atual administração tem feito uma série de ações para gerar economia aos cofres públicos frente à dívida herdada, que compromete a capacidade de investimento do município. A revisão de contratos foi um compromisso firmado pela atual administração, bem como a melhor gestão dos recursos municipais. São 92 funcionários da empresa Guima que atuam no Centro Hospitalar Municipal. A Pasta já entrou em contato com o sindicato da categoria para prestar esclarecimentos. Quanto à divida, a Prefeitura informa que, desde o início da atual gestão, tem feito em dia os repasses para a Guima Conseco”.