
Mesmo com as reclamações do Sindserv SBC (Sindicato dos Servidores Públicos de São Bernardo) e da Associação dos Usuários do Imasf (Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Funcionalismo), a Câmara são-bernardense aprovou nesta quarta-feira (28), o projeto de lei que devolve a Prefeitura o terreno onde estava sendo construído o hospital para os funcionários públicos.
Segundo a proposta, o governo também indenizará o Instituto em R$ 20 milhões e caso ainda exista algum valor a ser ressarcido, o mesmo será alvo de estudos do Executivo. O valor colocado na propositura foi o principal alvo de reclamações dos servidores que consideram que a indenização correta é de R$ 39 milhões.
“Esses R$ 20 milhões serão usados para amenizar a dívida do Imasf e assim garantir o credenciamento de alguns hospitais que não estavam mais prestando serviços para o funcionalismo, entre eles o Assunção, o Brasil e o São Bernardo”, disse o líder de governo, o vereador Ramon Ramos (PDT). Os descredenciamentos estavam entre as principais reclamações dos usuários durante a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) realizada no ano passado.
Os servidores também reclamaram que não houve debates com o Executivo antes da votação do projeto. Inclusive a Associação de Usuários, através de sua página no Facebook, divulgou vídeos e fotos das tentativas de conversar com o prefeito Orlando Morando (PSDB), realizadas nos últimos meses, porém em nenhum momento foram recebidos.
Durante os debates dos vereadores, em plenário, governistas chegaram a argumentar que o Governo vai chamar os servidores para o diálogo, fato que acabou indignando aqueles que estavam no auditório do plenário Tereza Delta. Inclusive houve bate-boca entre servidores e Ramon Ramos.
Autor do pedido de CPI para investigar o Imasf, o atual presidente da Câmara, Pery Cartola (PSDB), se reuniu com os usuários do Instituto e afirmou que o projeto pode ser um “remédio amargo” no primeiro momento, porém vai ajudar a sanar parte dos problemas. “Podemos avançar em outras coisas no futuro. Temos muitas coisas que foram descobertas durante a CPI e que temos que resolver”, afirmou.
A vereadora Ana Nice (PT) chegou a pedir o adiamento por cinco sessões do projeto, porém o pedido foi rejeitado pela maioria dos legisladores. Na sequência, a proposta foi aprovada por 18 votos favoráveis e sete contrários, e agora será enviada para o Executivo para sua sanção.
Segundo Ramos, após a devolução, a Prefeitura transformará o local na nova sede do Hospital da Mulher, além disso, alguns serviços que seriam prestados no Hospital do Imasf serão mantidos no projeto do novo equipamento que ainda não se sabe quando sairá do papel.