Já se passaram cinco meses e o abandono continua na rua Mombaça, na vila Luzita, em Santo André. A novela começou no dia 22 de janeiro, quando um muro de arrimo de 12 metros ameaçava ceder. A Prefeitura foi ao local e derrubou o muro, mas desde março a reclamação é sobre os destroços que ficaram. O espaço agora virou um lixão a céu aberto, com caixa d’água, azulejos, móveis e roupas descartadas, além de um forte consumo e tráfico de drogas.
A equipe do RD foi até o local no dia 28 de março e publicou reportagem sobre a reclamação dos moradores. Ao ser contatada, a Prefeitura foi ao local e removeu os resíduos descartados. A reclamação, porém, é a mesma, já que o lixo e entulho se acumularam novamente e o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) ainda não tem o espaço na lista de limpeza da cidade. “A prefeitura só vem aqui quando a gente liga, quando está puro lixo na porta da gente. Eu tenho que ficar varrendo”, conta Alexandre da Silva Penha, montador que mora na casa ao lado do terreno.
Outra reclamação sobre o espaço da obra não finalizada é a falta de segurança. “Tem muito caso de roubo na rua por falta do policiamento e muitos usuários de drogas. Não pode vir uma visita na minha casa porque tem usuários de drogas sentados, a gente te que pedir pra eles saírem porque parece que quem está incomodando eles sou eu”, conta o montador.

Outro morador, o aposentado Francisco José da Silva, vive na rua há mais de 30 anos e conta que o problema com uso de drogas no espaço sempre ocorreu, mas agora os usuários se escondem e traficam no local. “Você abre a porta e é como se visse uma câmera de TV sentados aqui [aponta para o terreno] olhando pra lá [aponta para a casa dele]. São quatro, cinco, seis [pessoas], parece até uma cracolândia”, afirma.
Enquanto a equipe estava no local, duas crianças subiram pelo barranco forrado por lixos vindos da rua dos Cocais, onde, antes da demolição do muro, havia um escadão.
Em 4 de fevereiro a Prefeitura prometeu concluir a obra do novo muro em 90 dias. Até agora, mais de quatro meses após a divulgação, não há sinais de qualquer obra.
Procurada pelo RD, a Prefeitura de Santo André não respondeu até o fechamento da reportagem.