
Neste sábado (15) é celebrado no Brasil o Dia do Homem. Além de ser uma data comemorativa, segundo a Medicina é uma oportunidade para reforçar a conscientização do homem em relação à saúde. Dados do Ministério da Saúde apontam que a cada três mortes de pessoas no Brasil, duas são de homens, que vivem em média, sete anos a menos do que as mulheres e têm mais doenças do coração, diabetes, colesterol e pressão arterial elevada. A explicação é a resistência quando o assunto é realizar um exame ou ir ao médico.
As estatísticas, de acordo com o Ministério, provam que os homens têm expectativa de vida de 69,3 anos, enquanto as mulheres apresentam 76,3. “Por este motivo é fundamental ampliar o acesso dos homens aos serviços de saúde, trabalhar com campanhas de conscientização que os ajudem a realizar exames com regularidade”, destaca Eduardo Chakora, coordenador da Saúde do Homem do Ministério da Saúde.
Pesquisa feita em 2014 pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) com 5 mil homens registrou que 44% não costumam ir ao urologista e 47% nunca fizeram exame para detectar câncer de próstata. O resultado mostrou ainda que 51% dos entrevistados nunca fizeram exames para avaliar os níveis de testosterona. “Muitas vezes o machismo impede que o homem cuide da sua própria saúde”, explica Carlos Corradi, urologista e presidente da Sociedade Brasileira de Urologia.
Larissa Gomes, diretora da Sociedade Brasileira Endocrinologia Metabologia Regional explica que os homens apresentam resistência ao procurar assistência médica preventiva. “É por medo, vergonha ou falta de tempo, o que resulta em diagnósticos tardios e complicados na maioria dos casos”, afirma.
Um fator que deve receber atenção do homem é a disfunção erétil (DE), que atinge hoje, cerca de 152 milhões em todo o mundo e está associada ao diabetes mellitus, à hipertensão arterial e à obesidade. Por medo ou vergonha, muitos não procuram ajuda médica ao perceber o problema, mas além de ajudar a solucionar a dificuldade de ereção, o médico pode ajudar a prevenir o paciente de consequências graves como infarto do miocárdio e o acidente vascular encefálico (derrame).
Em relação a vacinas, o número também é alarmante, de acordo com o Ministério da Saúde. Em 2015, o percentual de homens que não usaram o cartão de vacinas atingiu a totalidade de 64% dos homens entrevistados (6 mil).
Exame de toque
Embora 76% dos brasileiros saibam o significado e a importância do exame de toque retal para identificar o câncer de próstata, apenas 32% já realizou o teste. Segundo estatísticas do INCA (Instituto Nacional do Câncer), estima-se que entre 2016 e 2017, 61.200 casos de câncer de próstata surgiram no Brasil, tornando-se o segundo mais comum na população masculina em todo mundo.