
Fundo partidário de R$ 3,2 bilhões para bancar as campanhas e o ‘distritão’. A reforma política aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal foi alvo de críticas do deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT). Em entrevista em seu escritório, em São Bernardo, nesta segunda-feira (14), o petista afirmou que a nova proposta visa “elitizar” a política no país.
‘Só terá espaços para Tiriricas da vida. Só serão eleitos artistas que já tem popularidade ou aqueles que tiverem dinheiro para bancar suas campanhas. Já me falaram que eu seria beneficiado com essa situação, mas mesmo assim sou contra. Não vai ser bom esse distritão. Os partidos tem uma importância para a política, não se faz política sem os partidos, temos que entender isso”, explicou.
Caso passe pelo crivo do Congresso Nacional, a eleição para o Legislativo deixa de ser proporcional, a partir de um quoeficiente de votos de cada partido, e passa ser como a eleição para o Executivo, os eleitos serão conhecidos a partir de sua colocação. Por exemplo, o estado de São Paulo elege 70 deputados federais, caso as novas regras sejam aprovadas, serão eleitos os 70 primeiros colocados.
Sobre o financiamento público de campanha, Teixeira também demonstrou ser contra. “É uma vergonha. Não basta o que dinheiro público que foi usado para manter o presidente (Michel Temer) no poder, agora querem esse tipo de situação? Eu sei que foi proposto por um deputado do PT, mas eu sou contra independente de quem fez a proposta”, disse o deputado estadual.
Para o petista, uma ideia seria fazer um fundo privado que seria administrado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para que empresas privadas pudessem realizar suas doações, porém sem saber para qual partido iria o dinheiro. Além disso, considera que o texto atual não fará nenhuma mudança na política brasileira.
São Bernardo
Questionado sobre a possibilidade de ser candidato a prefeito de São Bernardo em 2020, Luiz Fernando afirmou que primeiro está pensando na campanha de reeleição à deputado estadual, pois considera que seu desempenho será primordial para seu futuro político, mas não nega a vontade de tentar o comando do Paço.
“Para o PT o candidato é o Luiz Marinho, mas como considero que ele será eleito governador, então estou me colocando a disposição. Vou me preparar para isso. Vou melhorar na comunicação e vou em frente. Caso seja mesmo o Marinho, eu vou coordenar a campanha a prefeito”, disse o deputado que negou qualquer possibilidade de ser candidato em 2020 por outro partido.