
Fonte importante de receita para a Prefeitura de Mauá, o Polo Industrial do Sertãozinho hoje tem sido motivo de dor de cabeça para os empresários, que por iniciativa própria, tentam viabilizar a construção de uma rede de coleta de esgoto no local. O impasse já dura mais de seis anos e, nesta quinta-feira-feira (30), teve nova movimentação com o objetivo de resolver a questão. O prazo dado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para resolver o problema em definitivo termina em 2020.
Na oportunidade, em encontro realizado na sede da Associação dos Empresários do Polo (Aepis), o assunto foi retomado para que os participantes tomassem ciência de como anda o processo de negociação junto aos órgãos públicos. Além de empresários e proprietários de terrenos de indústrias locatárias, participaram da reunião o secretário de Desenvolvimento Econômico de Mauá, Ciomar Okabayashi, o vice-diretor do Ciesp local, Norberto Perrella, e Cleber Renato, diretor da BRK Ambiental (do grupo Brookfield Business Partners LP), que em abril assumiu os negócios da Odebrecht Ambiental, empresa que fará a execução das obras.
Como tiveram dificuldade em conseguir viabilizar o projeto com recursos da Prefeitura – as discussões começaram na gestão do ex-prefeito Osvaldo Dias, e seguiram com Donizete Braga, ambos do PT, sem sucesso -, os empresários, com consentimento do Ministério Público (MP), traçaram um plano e decidiram custear parte do projeto (R$ 1,5 milhão), hoje orçado em R$ 4 milhões. O restante, R$ 2,5 milhões, de acordo com a Aepis, ficará sob responsabilidade da empresa BRK Ambiental, que passa a ser a concessionária da região.
“Os empresários tiveram de buscar a construção dessa solução porque a Prefeitura, até que esta gestão (Atila Jacomussi PSB), está nos dando apoio. Mas considerando as duas últimas, só tivemos empurrão com a barriga. É um absurdo que as empresas nesse momento de crise tenham de fazer investimento para isso”, ressalta Fausto Cestari, presidente da Aepis ao acrescentar que no projeto não tem previsão orçamentária por parte da Prefeitura.
Aepis espera mais adesões ao projeto
Para prosseguir com o documento elaborado serão necessárias a adesão de pelo menos 65 donos de áreas, num universo estimado em 100 empresários. No encontro, porém, que contou com a participação de 43, apenas dois, por não serem os proprietários, não puderam dar certeza da confirmação. Até 13 de setembro, quando ocorrerá nova reunião, a Aepis espera conseguir o restante de adesões necessárias, ou seja, mais 24 assinaturas.
“O que falta agora é validar o documento com os empresários. De seis anos pra cá muita coisa mudou, muitas empresas fecharam, faliram, alguns proprietários venderam terrenos. Então temos que assumir esse compromisso formal com todos”, afirma Cestari, que espera resolver a questão até 13 de setembro, quando será realizada nova reunião. Dois dias depois (15/9), a Prefeitura precisa dar retorno sobre o andamento ao Ministério Público.
“Se nós conseguirmos, ótimo. Agora se não conseguirmos, aí eu não sei o que vai acontecer. Como liderança gastamos energia no sentido de buscar a melhor solução para todos”, garante o empresário, que espera ter um desfecho favorável até final de 2018, já que o prazo de execução de obras dado pela empresa é de 12 meses.
Por nota, a Prefeitura informa que montou uma comissão com os empresários do Polo com a intenção de ampliar diálogos e facilitar na solução de problemas da área. Sobre a questão do esgoto não explica se fará investimento financeiro no projeto. A BRK Ambiental não respondeu aos questionamentos da reportagem.