
O reflexo do momento econômico no País que segue instável e acumula recessão e alta taxa de desemprego atingiu em cheio o setor imobiliário da região. De acordo com pesquisa divulgada nesta terça-feira (26) pela Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), as vendas de imóveis novos registraram queda de 44% no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado. Foram vendidas 870 unidades, que totalizam volume financeiro de R$ 368 milhões.
Santo André foi o município que registrou mais vendas com 315 unidades, seguida de São Bernardo (249), Diadema (133), Mauá (103) e São Caetano fecha a lista com a efetivação de 70. Destas, 490 foram comercializadas na planta, 272 em construção e apenas 108 unidades prontas.
No período analisado foram lançados 342 empreendimentos na região contra 1.161 em 2016, uma queda expressiva de 71% no semestre. As unidades, no entanto, estão concentradas em São Bernardo, com 246 lançamentos e Santo André com 96. Juntas as duas cidades contabilizaram movimentação de R$ 152 milhões. Os demais municípios, São Caetano, Diadema e Mauá não tiveram lançamentos registrados.
Para o segundo semestre o presidente da Acigabc, Marcus Santaguita, acredita que o volume de vendas deve melhorar até o final do ano, diminuindo parte das perdas acumuladas. “Historicamente o 2º semestre costuma ser melhor que o primeiro. Deve melhorar a defasagem, que é muito grande, e com isso, o estoque deve seguir caindo”.
Santaguita ressaltou ainda que não estão sendo lançados unidades suficientes para repor o estoque atual, desta forma, é possível que haja reajuste de preços entre 2018 e 2019. “Vai haver um hiato entre os lançamentos e estoque. Então, certamente haverá alguma coisa para recuperação de preços, pelo menos reposição da inflação, nada absurdo”.
Estoque de Imóveis
A região fechou o primeiro semestre com estoque de 3.063 unidades, uma queda de 24% em relação ao mesmo período de 2016, quando o ABC acumulava 4.017 unidades. São Bernardo lidera a lista com mais imóveis parados (1.161), seguido de Santo André (990), São Caetano (368), Diadema (362) e Mauá (182).

“A gente percebe a tendência dos últimos anos das incorporadoras tentando diminuir o estoque em detrimento de fazer novos lançamentos”, justifica Santaguita ao afirmar que a entidade receberá integrantes do Banco do Brasil nesta quarta-feira (27) para discussão de financiamento imobiliário na região. A instituição financeira conta com recursos disponíveis dentro da linha pró-cotista, que se encontra suspensa pela Caixa Econômica Federal.
A linha financia para trabalhadores com carteira assinada a compra de imóvel próprio com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) com juros mais baixos que outras modalidades do crédito imobiliário. O financiamento, com taxa de 8,65% ao ano, é dirigido para compra de imóveis novos ou usados de até R$ 950 mil. Trata-se da linha mais barata de crédito habitacional, com exceção do programa Minha Casa, Minha Vida.
Região Metropolitana
Em relação aos lançamentos, a pesquisa realizada pela Acigabc também leva em conta dados da Região Metropolitana de São Paulo. Dentro desse cenário, a Capital aparece com 6.500 unidades lançadas, contra 342 no ABC, que representa desempenho local de apenas 5,26%. O percentual da região sobe para 22,8%, quando comparado com a Região Metropolitana sem a Capital, com total de 1.500 unidades. Em conjunto com a Capital foram 10.400 unidades, desempenho de 8,4%.