A implementação do sistema de esgoto no Polo Industrial do Sertãozinho, em Mauá, continua em situação de incerteza, já que a Aepis (Associação dos Empresários do Polo) trabalha para conseguir adesão de 65 donos de área, e assim efetivar parte do custeio da obra, orçada em R$ 4 milhões. A entidade continua com trabalho de esclarecimento nos próximos 15 dias para captação de mais empresários.
“Efetivamos adesão de 46 manifestos formais. A gente entende que pelo menos mais 10 seremos capazes de trazer para dentro da proposta. De qualquer forma isso não fecha o valor”, revela o presidente da entidade, Fausto Cestari, em entrevista ao RDtv, ao explicar que cada dono de lote contribuirá com R$ 15 mil. Pelo acordo estabelecido, a BRK Ambiental, responsável pela execução da obra, custeará R$ 2,5 milhões.
O empresário ressalta, no entanto, que está tentando sensibilizar a Prefeitura para que haja complemento dos recursos, que pelo acordo, seriam de responsabilidade dos empresários, cerca de 15% do total estabelecido. A Prefeitura de Mauá montou uma comissão para ampliação de diálogo sobre a questão, mas não tem orçamento previsto para investimento na obra.
“Entendemos que temos mais 60 dias para ter um posicionamento definitivo sobre esse assunto ao Ministério Público. A partir daí as empresas que não aderirem, eventualmente, estariam sujeitas a uma fiscalização e até inquérito civil promovido pelo Ministério Público”, ressalta ao reforçar a importância do trabalho de esclarecimento com as empresas na busca de solução para evitar problemas futuros.
A discussão sobre a instalação da rede de esgoto no polo dura mais de seis anos e passou pelas gestões dos ex-prefeitos petistas Osvaldo Dias e Donizete Braga. De lá pra cá houve mudança dos atores, muita gente mudou, empresas foram fechadas e ocorreram venda imóveis. O mesmo aconteceu com os responsáveis pela ação na Cetesb e Prefeitura, agora sob comando de Atila Jacomussi (PSB).
“Estamos buscando agora a reconstrução disso já que os documentos estão todos pactuados, falta na verdade só a concordância para a gente chegar nesse ponto que seria reunir R$ 750 mil, que corresponde a aproximadamente e 65 adesões”, explica Cestari.

Prazo apertado
O prazo dado pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) para resolver o problema do esgoto em definitivo, em todo o Estado, termina em 2020. Dessa forma a Aepis corre contra o tempo para que os empresários não tenham problemas futuros.
“Se conseguirmos resolver as coisas em 2018, estaríamos terminando as obras em 2019, já que o prazo dado pela BRK para conclusão está estipulado em um ano”, diz Cestari.
O empresário também revelou que a entidade tem recebido apoio da Prefeitura, mas considera que o polo não tem recebido a devida atenção nos últimos anos. “O polo do Sertãozinho passou a ser um diamante a ser lapidado. Estamos falando de 12 milhões de m² destinados a atividade industrial, não existe mais isso em local com características tão propícias”, afirma ao revelar que o espaço conta com cerca de 250 indústrias.