Consideradas ramo de atividade estratégico que serve como termômetro para medir o desempenho da indústria, comércio e serviço, as empresas de embalagens de papelão ondulado seguem na contramão do cenário econômico atual e acumulam bom desempenho nas vendas este ano. A Mazurky, empresa instalada no bairro Assunção, em São Bernardo, é exemplo da alta no setor e acumula 24% de crescimento de janeiro a agosto em relação ao mesmo período do ano passado.
A tendência de alta segue o percentual positivo de 8,05% registrado em agosto em todo o País, quando comparado com 2016, conforme dados divulgados pela APBO (Associação Brasileira de Papelão Ondulado). Na empresa são-bernardense o desempenho não é diferente, foi ainda melhor, 9% superior no mês passado, ultrapassando produção de 300 toneladas, recorde no ano.
“O setor de embalagens de papelão acaba sendo um termômetro para os economistas terem um parâmetro do que está acontecendo no mercado. Ele é o primeiro a sentir tanto a retomada quanto a queda”, afirma Eduardo Mazurkyewistz, sócio-diretor da empresa ao destacar que a retomada aconteceu, o volume vem aumentando e a projeção é positiva.

Fundada em 2004, a Mazurky trabalha com diferentes segmentos de embalagens e percebe fortalecimento maior nas vendas para o setor automobilístico, indústria de autopeças, farmacêutica, alimentícia e brinquedos. Além disso distribui material para todo o Brasil e também comercializa para terceiros, que realizam exportação do produto.
A empresa possui capacidade de produção instalada de 400 toneladas/mês. Atualmente o volume fabricado é de cerca de 300 toneladas/mês. A expectativa, no entanto, é continuar com o mesmo viés de crescimento neste semestre e atingir a capacidade total de produção em até dois anos.
“Este ano começou realmente com volume positivo e expectativa bem alta. Nossa meta é fechar o ano com crescimento acima dos 20%”, revela o empresário.
Modernização
A direção ressalta que se preparou, e mesmo vivendo momento difícil no ano passado, realizou investimentos em modernização e tecnologia, visando aumento de capacidade de produção. Com isso, o parque de produção ganhou novo maquinário e uma impressora automatizada em três cores. “Naquele momento a gente não precisava, mas entendemos que era uma oportunidade por conta de conseguirmos pagar um preço muito melhor”, diz Mazurkyewistz.

O reflexo na alta de produção, com demanda constante, fez com que a empresa passasse a operar em dois turnos efetivos para suprir o trabalho com a contratação de mais 10 funcionários no primeiro semestre.
O difícil cenário apresentado em 2015 e 2016 fez com que a direção adiasse projeto de mudança da fábrica para outro local no município, com maior capacidade. “Infelizmente essa insegurança política que nós vivemos acabou esfriando um pouco essa vontade, vamos nos resguardar”, explica.
A Mazurky possui carteira de produtos bastante pulverizada e chega produzir cerca de 80 itens diferentes por dia. Atendem o ramo alimentício, farmacêutico, cosmético, automobilístico, informática, moveleiro e vestuário, entre outros.