
A reportagem do londrino The Guardian sobre os mais de meio milhão de refugiados Rohingyas – um dos povos mais perseguidos do mundo – que tentaram chegar a Bangladesh (Ásia) para fugir das forças armadas rendeu ao artista de São Bernardo, Henrique Rien, 26, uma série de obras em exposição gratuita na OMA Galeria até o dia 27 de outubro.
O aumento do número de refugiados que transitam entre os diversos países devido às tensões e conflitos armados é o que incentivou Henrique a iniciar pesquisas sobre o assunto três meses atrás. São 12 pinturas, carregadas de massas de tinta, como símbolo do drama que o tema passa. Os elementos verde, vermelho e preto utilizado fazem alusão à bandeira da Síria, que quando expressos de forma infantil equilibram o tema político com a ótica inocente das crianças.
“Me preocupei em focar na expressão, no olhar, e passar o sentimento das crianças refugiadas para as pessoas que mal conhecem a situação desagradável que essas pessoas vivem”, explica Rien. Pintor há 11 anos, o artista considera a exposição um método de se comunicar e imergir a sociedade no tema. Cada um dos quadros leva o nome da criança retratada em seu título e reforça a questão das que estão em meio aos conflitos políticos e socioeconômicos.
A diminuição de concessões de vistos para refugiados no Brasil aprovada pelo Senado, por meio da Lei da Imigração que regula entrada e saída de estrangeiros no primeiro semestre, foi outro fator que inspirou a mostra. “Já queria fazer algum trabalho com crianças e quando um rapaz que trabalha em uma ONG de refugiados entrou em contato comigo e me contou um pouco mais do trabalho, despertou meu interesse”, comentou.
Para o galerista e curador do espaço OMA Galeria, Thomaz Pacheco, apesar de não programada, a exposição reforça o compromisso social do espaço. “Mais do que difundir a arte contemporânea, a série de Rien ajuda a conscientizar a população sobre estes e outros assuntos sociais”, diz. A OMA já recebeu trabalhos sobre outros temas contemporâneos, como sexualidade e o feminino, gênero e identidade, além de dinâmicas sociais.
“A OMA é também um instrumento de formação, centro de difusão da cultura e espaço de educação não formal”, conta Pacheco ao reiterar que a galeria está aberta às demandas que promovam reflexões e debates que agreguem a construção da sociedade.
A exposição teve início no dia 4 de outubro e segue até o dia 27. Está aberta à visitação de quarta a sexta-feira, das 14h às 20h, e aos sábado das 10h às 15h. (Colaborou Amanda Lemos)
Serviço
Exposição Henrique Rien – Refugiados. Até o dia 27 de outubro. OMA Galeria: rua Carlos Gomes, 69, São Bernardo. Gratuita. Livre.