
Dentro de um ano considerado de recuperação em termos econômicos, com alguns setores produtivos reaquecidos e dando sinais de melhora, a Coop (Cooperativa de Consumo) deve fechar o ano com crescimento de 4% em valores nominais e faturamento de R$ 2,2 bilhões, conforme balanço apresentado para a imprensa nesta terça-feira (12). O índice é considerado positivo pelo diretor-presidente da rede, Marcio Valle, quando considerada a inflação do período, que deve ficar na casa dos 3%, e o registro de 2% computado na deflação de alimentos. Ano passado o crescimento foi de 7,3%, porém em 2014 e 2015 ficou próximo a 0%.
A proposta da rede, que conta com 31 supermercados, 13 farmácias de rua e três postos de combustíveis é não entrar na briga direta com o chamado atacarejo, que tem registrado crescimento importante, especialmente na região, mesmo com o cenário de crise apresentado até o primeiro semestre. No sistema, praticado por redes como Atacadão, Roldão e Assaí são atendidos o pequeno varejista e o consumidor final, que podem realizar compras de produtos fracionados a preços mais acessíveis.
“A Coop não consegue, não pode e não quer competir com o atacarejo. Uma mudança como essa seria muito radical em nossa estrutura, a gente não considera isso viável de ser feito”, explica Valle, ao reforçar que a rede tem 5,6 mil colaboradores com plano médico, odontológico e uma série de vantagens e benefícios que não são obrigatórios.
Desta forma, os investimentos praticados pela Coop visam priorizar o atendimento ao cooperado que valoriza as ações desenvolvidas pela cooperativa, a fim de consolidar a fidelização do cliente. Dentro do plano traçado, um dos pontos importantes é o projeto de revitalização das lojas que tem se mostrado importante sob o aspecto de fluxo de vendas e também de economia e melhoria da eficiência das unidades com a instalação de novos equipamentos, tecnologia e estrutura.
O investimento em melhorias este ano tinha previsão de R$ 91 milhões, no entanto deve ser fechado em R$ 65 milhões por conta de contratempos na consolidação de mais duas unidades previstas, uma delas de grande porte, em Sorocaba, no interior de São Paulo. O aporte total corresponde a abertura de novas lojas, drogarias, reformas e aplicação de novas tecnologias.
“Esse desempenho que estamos tendo se faz com ações de melhoria da eficiência nas lojas existentes e com expansão também. Mas essa migração de clientes para outras operações, como o atacarejo, a gente tem consciência que uma parte dessas pessoas a gente perdeu e não vai recuperar mais”, afirma Valle, ao destacar que apesar disso, a rede está crescendo ao longo do ano acima da concorrência direta em quase todos os municípios de atuação.
ABC terá nova loja em 2018
Para 2018 a Coop também projeta fortes investimentos, cerca de R$ 94 milhões, a maior parte (R$ 90 milhões) destinados para a região. Já é certo que o ABC ganhará uma nova loja ainda no primeiro semestre, a cidade ainda não pode ser anunciada, apesar de o contrato ter sido assinado entre as partes na semana passada. No local em questão ainda funciona uma operação do segmento industrial que será desocupada. O investimento previsto é de R$ 17 milhões.
Além da nova loja, também haverá investimentos em construção de outras nove drogarias no ABC (R$ 5,4 milhões), instalação de posto de combustível na unidade Capuava (R$ 2 milhões), reforma de nove unidades (51,4 milhões), logística (R$ 5 milhões), reforma de drogaria (R$ 500 mil), tecnologia da informação (R$ 10 milhões) e mais R$ 3 milhões para pequenas manutenções de lojas.